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Casa dos Bicos e Ribeira Velha

Uma visita à Casa dos Bicos e pequeno percurso na Ribeira Velha num programa de Lisboa Cultura, Visitas Comentadas.


O programa tinha por finalidade a visita à Casa dos Bicos e a antiga Ribeira Velha, a este programa adicionámos a visita à Fundação José Saramago, na Casa dos Bicos.

Começámos a visita no exterior onde nos foi contado um pouco da história. Seguimos depois para o piso térreo para se ver o núcleo arqueológico, que integra troços da muralha romana de Lisboa e cetárias, elementos de uma unidade fabril romana de preparados e condimentos de peixe, destinados maioritariamente à exportação.

Lisboa - Casa dos Bicos

Em seguida e passando novamente para o exterior seguimos para a Rua Afonso de Albuquerque onde se encontra a fachada principal, onde se encontrava a entrada principal da casa.

Lisboa - Rua Afonso de Albuquerque

Depois desta visita seguimos para a Ribeira Velha em frente à Casa dos Bicos para vermos onde se situava a Ribeira Velha e ao mesmo tempo contar um pouco da história do local.

Finda a visita à Ribeira Velha, voltamos novamente à Casa dos Bicos para visitarmos a Fundação José Saramago, que se encontra nos pisos superiores do edifício.

Lisboa - Casa dos Bicos

Casa dos Bicos

Localizado na zona ribeirinha e inaugurado em 14 de julho de 2014, este núcleo arqueológico situa-se num edifício que é um dos exemplos mais representativos da arquitetura civil da Lisboa do séc. XVI, para além de conter memórias onde se cruzam vestígios de diversas épocas ao longo de 2000 anos.

A Casa dos Bicos foi construída provavelmente a partir de 1522, por ordem de Brás Albuquerque, filho do segundo Vice-Rei da Índia e segundo projeto atribuído a Francisco de Arruda. Na sequência do Terramoto de 1755, sofreu profunda destruição.

Em 1981, foi alvo de reabilitação, sob o patrocínio da Comissão Organizadora da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, para aí albergar o núcleo expositivo “Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento”. O projeto, da autoria dos arquitetos Manuel Vicente e Daniel Santa-Rita, restituiu a volumetria original do edifício.

Lisboa - Casa dos Bicos

Em 2008, a autarquia cedeu os pisos superiores para a instalação da Fundação José Saramago, reservando o piso térreo para a criação de um núcleo arqueológico, que integrou outros vestígios recuperados em nova campanha arqueológica desenvolvida em 2010 pelo município, sendo visíveis, nomeadamente, troços da muralha romana de Lisboa e cetárias, elementos de uma unidade fabril romana de preparados e condimentos de peixe, destinados maioritariamente à exportação.

O Museu de Lisboa – Casa dos Bicos compreende área de exposição de longa duração e campo arqueológico. (fonte: Museu de Lisboa)

A Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque foi construída entre 1521 e 1523, a mando de D. Brás de Albuquerque, filho natural legitimado do segundo governador da Índia portuguesa, Afonso de Albuquerque, sendo destinada a habitação.

Situada a oriente do Terreiro do Paço, perto de onde ficavam a Alfândega, o Tribunal das Sete Casas e a Ribeira Velha (mercado de peixe e de produtos hortícolas, com inúmeras lojas de comidas e vinhos).

Lisboa - Interior da Casa dos Bicos

A fachada está revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um exemplo único de arquitectura civil residencial no contexto arquitectónico lisboeta. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista italiana. Na verdade, o proprietário da Casa dos Bicos mandou-a construir após uma viagem a Itália, onde terá visto pela primeira vez o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara e o Palácio Bevilacqua, em Bolonha. No entanto, sendo naturalmente menor que estes palácios, a distribuição irregular das janelas e das portas, todas de dimensões e formatos distintos, conferem-lhe um certo encanto, reforçado pelo traçado das janelas dos andares superiores, livremente inspiradas nos arcos trilobados da época. (fonte: Wikipédia)

Mercado da Ribeira Velha de Lisboa

"A palavra «mercado», de origem latina, deu nome, com outras de origem árabe como «fanga» ou «fangas» e «açougue», aos mais remotos lugares habituais de abastecimento de Lisboa. O funcionamento dos mercados supõe uma economia mercantil, em que existe uma troca entre o campo e a cidade, sendo a venda a mover a produção. Nada tem a ver com a simples oferta sazonal de excedentes.
A actividade mercantil em Lisboa, e noutras cidades do centro e sul, já activa no séc.: XII, deve mais a hábitos incluídos na economia islâmica peninsular do que ao florescer do comércio europeu. O comércio de Lisboa teve, literalmente, a sua época de ouro no séc.: XVI. Em ruas como a Rua Nova dos Mercadores vendia-se de tudo, muito do que os olhos europeus ainda não tinha visto.
Nessa altura apareceu o Mercado da Ribeira Velha, ou Praça das Berças. Ficava junto ao Tejo, diante da Casa dos Bicos, e era «a única praça destinada para a venda de peixe, fruta e hortaliça». Ali trabalhavam os fritadores, junto na praia, perto da Travessa do Boqueirão da Moita, um sítio que o povo chamava de «Malcozinhado». 

Lisboa - Ribeira Velha

Uma descrição do séc.: XVI refere-se ao lugar «donde comem homens e negros trabalhadores, que ganham na Ribeira, e os que se embarcam para fora nas barcas ... ». Depois do Terramoto, a venda de géneros deslocou-se para ocidente do Terreiro do Paço, Um alvará de 1771 instaurou o novo mercado, o da Ribeira Nova. O próprio Marquês de Pombal determinou medidas policiais que impedissem a concentração de vendedores ambulantes nas ruas de acesso à praça. O antigo mercado não acabou, todavia. Em 1837, era coberto com toldos.
O Mercado da Ribeira Nova era principalmente de peixe. Em 1905, formou-se em frente, encostado à linha férrea, um mercado de hortaliças e frutas, gerado pelo fim recente do Mercado da Ribeira Velha e por uma greve das hortaliceiras da Praça da Figueira, entretanto vindas do Cais de Santarém, onde se tinham juntado. Vendeu-se nesses barracões até 1927. (fonte: Dicionário da História de Lisboa)

Lisboa - Ribeira Velha

Painel de cenografia barroca, de grande interesse iconográfico por representar um trecho da Ribeira Velha e do seu quotidiano, antes do Terramoto de 1755. Entre o casario reconhece-se a Casa dos Bicos e um troço da cerca moura com a torre de São Pedro. 

Os painéis e silhares de azulejos, pintados em azul e branco, por influência da cerâmica chinesa e da importação de azulejaria holandesa, foram muito utilizados em Portugal, desde os finais do século XVII, prolongando-se pela centúria seguinte. Atingem uma notável qualidade plástica, principalmente durante o período áureo do barroco nacional, sendo o programa decorativo dos enquadramentos, complexo e exuberante, sugestivo de encenações faustosas, próprias do gosto da sociedade da época. Foram muito utilizados na decoração do interior de igrejas e palácios. (fonte: Palácio Pimenta)

A Fundação José Saramago nasceu porque uns quantos homens e mulheres de diferentes países decidiram um dia que não podiam deixar sobre os ombros de um só homem, o escritor José Saramago, a bagagem que ele havia acumulado ao longo de tantos anos, os pensamentos pensados e vividos, as palavras que cada dia se empenham em sair das páginas dos livros para se instalarem em universos pessoais e serem bússolas para tantos, a acção cívica e política de alguém que, sendo de letras e sem deixar de o ser, transcendeu o âmbito literário para se converter numa referência moral em todo o mundo. Por isso, para que José Saramago pudesse continuar a ser o mesmo, soubemos que tínhamos a obrigação ética de criar a Fundação José Saramago e assim, dando abrigo ao homem, aumentarmos o tempo do escritor, sermos também a sua casa, o lugar onde as ideias se mantêm, o pensamento crítico se aperfeiçoa, a beleza se expande, o rigor e a harmonia convivem.

Lisboa - Casa dos Bicos

Decidimos criar a Fundação José Saramago, homens e mulheres que entendemos o valor da obra do escritor e da sua atitude perante a vida. Estamos conscientes da complexidade do trabalho e também do que trará às pessoas que precisam de saber que não estão sós. Somos uma Fundação que respeita o obra e a vida de José Saramago, o que significa que estamos atentos às vozes do mundo, à beleza que os homens podem produzir e à dor e ao isolamento que sofrem, e por isso cada dia tratamos de fazer com que o conceito de esperança seja algo mais que um vocábulo vazio e retórico. Não necessitamos, para intervir e ser, de autorizações nem de permissões de ninguém, basta-nos saber que somos humanos e que queremos contribuir para o processo de humanização de que um mundo em permanente processo de desumanização necessita. Perante a nossa insistência, José Saramago indicou o caminho. Temos a nossa Declaração de Princípios. Somos o que diz o papel que José Saramago assinou em Lisboa em 29 de Junho de 2007. Somos a Fundação José Saramago. (fonte: Fundação José Saramago)

Lisboa - Fundação José Saramago







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