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Visita Guiada ao Forte Santo António da Barra


Depois da visita Encenada no Forte Santo António da Barra, resolvemos fazer a Visita Guiada a este forte para conhecer a sua história.

A facilidade do desembarque em Cascais e da marcha das tropas comandadas pelo Duque de Alba, aquando da invasão de 1580, demonstraram algumas fragilidades do sistema de defesa da Barra do Tejo. Em finais de 1589, D. Filipe I de Portugal ordenou, assim, incluir nos planos de defesa de Lisboa a construção de uma fortaleza entre Cascais e S. Julião da Barra.

O fogo de artilharia podia, também, travar navios inimigos que pretendessem rumar a Lisboa pela “barra pequena”, o canal mais próximo de terra. O projeto da Fortaleza de Santo António da Barra – assim designada por invocação ao mosteiro franciscano do Estoril – foi entregue ao engenheiro italiano Frei Vicêncio Casale.

A 23 de dezembro de 1589 informou o monarca, já Filipe II de Portugal, de que havia selecionado o local ideal para «tirar o desembarque e a água de beber ao inimigo» e impedir a sua passagem pelo «canal para esperar maré e o vento próprio». Ainda que inicialmente propusesse a construção de uma fortificação de pequenas dimensões, acabou por se optar por uma construção de razoável tamanho, dotada de quatro baluartes angulares, postando do lado de terra os de porte mais avantajados.

Ao longo das faces internas dos baluartes virados ao mar desenvolveu-se uma construção muralhada retangular, onde se instalou a bateria baixa e organizou a entrada no recinto fortificado, rasgada na parede sudeste da muralha, antecedida por uma ponte levadiça. No interior e ao centro da estrutura abaluartada montaram-se os quartéis dos soldados e os armazéns, que se distribuíram por dois edifícios oblongos, separados por uma ala coberta, ao fundo da qual se implantou uma capela. Toda esta estrutura foi protegida por um amplo fosso, nos lados virados a terra, já que a bateria estava sobre a escarpa rochosa enfrentando o mar. A 16 de fevereiro de 1591 a fortificação estava apta a «meter gente e artilharia».

Após a restauração da independência, em 1640, D. António de Meneses, conde de Cantanhede, responsável pela reorganização e reforço do sistema defensivo da Barra do Tejo, descreveu o estado de conservação da forte como «miserável», em função do arruinamento de algumas das suas estruturas. Ainda assim estava operacional com três canhões de calibre 36, uma colubrina de calibre 18 e duas meias colubrinas de calibre 10, todas em bronze.

No ano de 1681 estavam ao serviço, para além do governador, 46 militares. Os efetivos tenderiam, porém, a diminuir até ao primeiro quartel do século XIX, quando contava apenas com um cabo e seis soldados. O mesmo sucederia com a capacidade de fogo, pois das quinze a dezoito peças de artilharia de que dispôs durante o século XVIII apenas subsistiam duas a quatro peças.

Danificado pelo terramoto de 1 de novembro de 1755, a fortificação foi alvo de obras de recuperação em 1762-63, no contexto da participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos.

Também em 1831 esteve em obras. Em 1889 passou a dispor de um posto da Guarda Fiscal e em 1915 acolheu o campo de férias do Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas, que aí se manteve até 2015.

Veio também, a partir de 1950, a ser escolhida como residência sazonal pelo Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, aí ocorrendo, a 3 de agosto de 1968, a célebre queda da cadeira, que o condicionou física e intelectualmente e lhe ditou a morte dois anos depois.

A Fortaleza de Santo António da Barra foi classificada como Monumento de Interesse Público pelo Decreto n.º 129/77, de 29 de setembro. 

A 13 de março de 2018 a Câmara Municipal de Cascais celebrou com o Ministério da Defesa Nacional um protocolo de cooperação para a fruição do forte pela pelo prazo de um ano para limpar, dinamizar e garantir a integridade do imóvel. Fonte: 360º Cascais


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