Num programa de Visitas Comentadas de Lisboa fomos visitar o Jardim do Colégio Manuel Bernardes. Neste colégio estudou o Carlos há mais de 50 anos. Foi no espaço do Jardim do Colégio que tivemos a nossa visita guiada por historiadores da Camara Municipal de Lisboa, um jardim com muita história que não está aberto ao público e onde pudemos admirar a beleza e histórias dos seus azulejos.
Este Colégio, com uma área total de cerca de seis hectares, é constituído por várias quintas: a quinta dos Azulejos, a quinta de Santo António, a quinta do Paço, o Pavilhão “Casa Mãe”, os respetivos recreios e zonas verdes envolventes.
A Quinta dos Azulejos foi edificada, provavelmente, no início do séc. XVII, foi reconstruída no séc. XVIII e sofreu alterações no séc. XIX. Presentemente encontra-se ali instalado o Colégio Manuel Bernardes.
É uma das antigas quintas de recreio que integram o Paço do Lumiar e possui importante acervo de azulejaria, A sua fachada, revestida com azulejos do séc. XIX, apresenta um programa arquitetónico muito singelo, que contrasta com a riqueza do seu património azulejar, datado da 1ª metade do século XVIII, oriundo da Fábrica do Rato, evidenciando cenas de caçadas, de festas, de motivos religiosos e cenas de interior e de galanteio. Estes apontamentos podem ser observados nas galerias e espaldares dos bancos, nos alegretes, molduras, colunas, medalhões capitéis e pérgula existentes no jardim.
O Colégio Manuel Bernardes foi fundado em 6 de novembro de 1935, pelo Padre Augusto Gomes Pinheiro. É uma instituição educativa de caráter privado que ministra uma educação fundamentada nos princípios cristãos defendidos pela Igreja Católica e preocupa-se com o desenvolvimento moral, cultural e físico dos alunos.
Colégio Manuel Bernardes
No início, era um Colégio só para rapazes e funcionava em regime de internato, tendo chegado a albergar 180 alunos internos. A partir de 1984, passou a funcionar em regime de externato misto.
Atualmente, o Colégio Manuel Bernardes está instalado na Quinta dos Azulejos, na Quinta de Santo António, na Quinta do Paço e no “Pavilhão – Casa Mãe“, situados no Paço do Lumiar.
A Quinta dos Azulejos, distinguida como património nacional, está localizada na Rua Esquerda dos números 36 a 46, derivando o seu nome dos preciosos azulejos que cobrem as galerias do jardim. Foi mandada construir na primeira metade do século XVIII por António Colaço Torres, ourives de Lisboa e cavaleiro da ordem de Cristo, tendo D. Maria I vivido aqui durante algum tempo. Está decorada com azulejos que cobrem os bancos, as fontes e as colunas. No lado nascente, encontram-se cenas religiosas e de jardim, em tons de azul e branco; no lado poente, diversos animais exóticos em tons de roxo. No jardim, os azulejos forram muros, fontes, alegretes, arcos, bancos e colunas. Também se encontram neste jardim os bustos do Padre Augusto Gomes Pinheiro, fundador, proprietário e diretor do Colégio e de António Rodrigo Pinheiro de Lacerda Luís Louro, admirável docente e fiel continuador do projeto de formação do seu fundador.
Abordar a história e fundação do Colégio Manuel Bernardes é abordar a história do seu fundador, o Padre Augusto Gomes Pinheiro, nascido a 19 de Fevereiro e ordenado sacerdote a 15 de Julho de 1916. Estando a sua presença, passados 40 anos da sua morte, ainda tão presente no Colégio, torna-se necessário conhecer o seu percurso, valores e ideais que marcaram de forma indelével a instituição.
Nasceu a 19 de Fevereiro de 1893 na aldeia de Carvalhal da Aroeira, freguesia de S. Pedro, concelho de Torres Novas. Logo à nascença, torna-se órfão e é criado por uma tia profundamente religiosa, facto que o poderá ter influenciado a realizar o Curso Superior de Teologia no Seminário dos Olivais.
Durante a sua atividade sacerdotal, funda o Colégio Frei Luís de Sousa, na freguesia da Venda do Pinheiro, mas, devido a desentendimentos com os sócios, acaba por se afastar.
Abandona a paróquia e vem a instalar-se numa moradia no Paço do Lumiar, onde a família Pereira da Silva cede o rés-do-chão e é nele que nasce, a 6 de Novembro de 1935, a Escola Manuel Bernardes. A forte ligação ao ensino leva-o a começar a dar aulas às crianças que viviam nas proximidades, e deste modo à criação de um novo projeto pedagógico, que, com um crescimento exponencial, rapidamente se alarga a outros espaços como a Quinta dos Azulejos, a Quinta Paço e a Quinta de Santo António.
O Padre Augusto Gomes Pinheiro falece em 1976 ainda em funções enquanto Diretor Pedagógico do Colégio e principal proprietário, sendo o seu trabalho prosseguido pelo Dr. Rodrigo Louro e Dr. Ludovico Mendonça, mantendo-se o último em funções como Secretário-Geral até à atualidade. Fonte: Colégio Manuel Bernardes



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