Uns dias de férias em Novembro na Região da Beira Alta.
1.º dia
Iniciámos a nossa viagem bem cedo com destino a Penacova, onde tínhamos marcado o alojamento na Casa da Portela. Chegámos pela hora do almoço, fomos almoçar no restaurante junto às Piscinas Municipais.
Depois do almoço passeámos pela vila antes de irmos para o alojamento local.
Penacova é uma vila portuguesa do distrito de Coimbra, com cerca de 2900 habitantes.
O principal recurso do sector primário é a floresta, pela sua amplitude, dimensão e pelas áreas que ocupa, uma vez que 70% do município de Penacova é floresta. Na agricultura existe a produção no município de frutos vermelhos, kiwis, cogumelos, entre outros. A empresa Água das Caldas de Penacova é hoje uma das principais empresas de Penacova e que valoriza um recurso endógeno local.
"Classificada como Imóvel de Interesse Público (IIP)
pelo Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª Série-B n.º 42 de 19-02-2002, a Igreja
Paroquial de Penacova terá sido possivelmente, fundada na Idade Média, no
entanto, o edifício que hoje podemos visitar, foi alvo de uma grande campanha
datada da segunda metade do séc. XVI, fazendo parte do padroado do Mosteiro de
Santa Clara de Coimbra."
Aproveitámos também para ver a paisagem nos miradouros que ficam junto á Câmara Municipal e à Piscina Municipal.
Depois deste pequeno passeio, dirigimo-nos para o local onde ficámos alojados a Casa da Portela, uma pequena moradia numa ruela da vila transformada em alojamento local. A casa tem tudo o que é necessário para uns dias de férias e está decorada com obras do proprietário, um artista plástico da região o Sr. José Fonte, muito conhecido na vila, casa simples mas pela decoração muito interessante.
Neste segundo dia começámos por
visitar o Mosteiro de Lorvão. O Mosteiro de Santa Maria de Lorvão ou
simplesmente Mosteiro do Lorvão.
O Mosteiro do Lorvão localiza-se na freguesia de Lorvão foi um importante mosteiro e centro de produção de manuscritos iluminados no século XII, servindo depois como mosteiro feminino. Depois da extinção das Ordens Religiosas em Portugal no século XIX, viu novo uso já no século XX como hospital psiquiátrico, o Hospital Psiquiátrico do Lorvão, encerrado em 2012. O Mosteiro do Lorvão encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Envolta em diversas lendas, a fundação do Mosteiro de Lorvão tem vindo a ser recuada até ao séc. VI, época em que foi pela primeira vez identificada a paróquia suevo-visigótica de "Lurbine", tendo sido seu fundador o abade Lucêncio, que se sabe ter assistido ao Concílio de Braga em 561.
Muito embora subsista uma pedra de mármore com ornato visigodo, os primeiros documentos escritos só aparecem depois da primeira Reconquista de Coimbra, em 878, data a partir da qual surgem os primeiros documentos escritos testemunhando a existência de uma comunidade que desempenhou um importante papel no fomento agrário e repovoamento da região. Os monges de Cluny, que vieram a fundar o Mosteiro de Lorvão, dedicaram-no aos mártires São Mamede e São Pelágio.
No séc. X, a sua importância era já considerável e o Mosteiro atingiu grande prosperidade graças a doações de fiéis e ricos-homens, nomeadamente, durante o governo do abade Primo, que mandou vir de Córdova artistas especializados para fazerem obras na região. A investida muçulmana de 987 pôs fim a este surto de progresso mas, após 1064, a comunidade laurbanense recuperou o seu prestígio e esplendor e, em redor do Mosteiro, cresceu uma população atraída pelo trabalho oferecido pelos monges nas suas vastas propriedades. (Fonte: CM Penacova)
Implantado num verdejante vale, o Mosteiro do Lorvão remonta à data da primeira reconquista cristã de Coimbra, em 878 d.c., subsistindo, ainda, elementos arquitetónicos medievais, tais como capitéis românicos nas capelas do claustro.
No século X era já importante o seu estatuto e dimensão, tendo sido alvo de importantes remodelações e ampliação ao tempo de D. Afonso Henriques. Em 1206 o mosteiro passou a ser feminino, cisterciense, com profundas remodelações por ordem da infanta Beata Teresa de Portugal, filha de D. Sancho I, e Rainha de Leão pelo seu casamento com D. Afonso IX de Leão. No século XVI o claustro sofreu remodelações de gosto renascentista e posteriormente todo o conjunto edificado foi objeto de importantes e continuadas obras de cariz barroco, que lhe proporcionaram a imagem majestosa que atualmente possui.
No século XX todo o conjunto foi re-qualificado para hospital psiquiátrico, tendo sido mantido e re-inaugurado o órgão ibérico, exemplar único de dupla face, de dimensões e sonoridade fora do comum enquanto instrumento musical.
A área a afetar a uso
turístico é a totalidade do imóvel, com exceção da igreja e da área afeta à
mesma. (Fonte: Turismo de Portugal)
Depois desta visita fomos degustar um doce conventual na pastelaria O Mosteiro, mesmo em frente ao mosteiro.
Provámos o famoso Pastel de Lorvão, doce conventual à base de
amêndoa a ovos.
De regresso a Penacova, passámos pelos Moinhos de Gavinhos em Figueira de Lorvão.
São um dos ex-libris de Figueira de Lorvão e motivo de orgulho das pessoas desta terra. No local, pode apreciar-se uma lindíssima paisagem da Serra do Buçaco (a norte) e da Serra da Aveleira (a Sudoeste). O complexo contém 14 moinhos de vento, dos quais 3 estão em condições de funcionamento, mas apenas um é realmente utilizado pelo único moleiro ainda em actividade. Os moinhos de vento fazem parte da cultura do concelho de Penacova. Há muitos anos representavam uma importante fonte de riqueza e subsistência da população. (Fonte: Freguesia de Figueira de Lorvão)
Na parte da tarde, fomos visitar Góis.
Antes de chegarmos a Góis visitámos Cabril do Ceira.
O Cabril do Ceira é provavelmente um dos segredos mais bem guardados de Portugal. Na verdade, este local chama-se Portas do Ceira, mas todos lhe chamam garganta do Cabril do Ceira.
O que torna este local tão único?
Trata-se de uma espécie de acidente geográfico provocado pela natureza que
surpreende qualquer um. Aparentemente o rio furou transversalmente uma crista
rochosa, tornando-a numa paisagem ímpar.
No entanto, o Rio Ceira tirou
proveito da ação tectónica que fraturou as rochas duras ali presentes, criando
assim as Garganta do Cabril do Ceira.
O rio Ceira nasce perto da aldeia do Piódão, na Serra do Açor, e desagua na margem esquerda do rio Mondego.
Após esta visita dirigimo-nos então para Góis.
O Concelho de Góis possui uma vasta área territorial estimada em 276Km², de enorme riqueza e biodiversidade.
Góis é “rasgado” pelo Vale do Rio Ceira, sendo delimitado e separado da Beira Serra Interior pelas Serras da Lousã e Açor. Marcado por uma geografia própria, muito acidentada e por uma dimensão essencialmente micro-regional e local, onde perduram as heranças históricas que definem o tipo de ocupação, cujo modo de organização do seu território assume uma forte componente rural.
Considerado a Capital do
Ceira, o concelho apresenta um imponente enquadramento paisagístico, dominado
por altas e majestosas serras, destacando-se a Serra do Penedo, com 1043m de
altitude, um imponente afloramento quartzítico do período do Ordovício, vulgarmente
designado por Penedos de Góis.
Entre o rio e a montanha predominam, percursos pedestres e praias fluviais cuja pureza das suas águas proporcionam irresistíveis e refrescantes banhos. A paisagem do território é ornamentada de casas brancas e pelas aldeias do xisto, inseridas na Rede das Aldeias do Xisto (Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena), sendo igualmente cruzado pela mítica EN2. (turismo centro de Portugal)
Passeámos um pouco por esta vila. De realçar a o
enquadramento paisagístico do rio Ceira ao atravessar Góis.
Já no final do deste dia regressámos a Penacova para o merecido descanso.
À noite o Carlos e o Luís foram ver o Benfica-Bayern na Casa do Benfica de Penacova.
3.º dia
Neste dia programámos a nossa visita a uma das aldeias do xisto da serra da Lousâ.
Fomos visitar a Aldeia de Talasnal.
A Rede das Aldeias do Xisto integra 27 aldeias que se situam no centro de Portugal e que oferecem experiências únicas, num território essencialmente constituído por montanhas de xisto.
Talasnal é, desde há muito, a
Aldeia do Xisto da Serra da Lousã que tem dado mais visibilidade e carisma ao
conjunto. Pela sua dimensão e disposição, mas também pelos muitos pormenores
das recuperações das suas casas.
A fonte e o tanque emitem a melodia que acompanha a nossa
visita. As casas decoram-se com os ramos das videiras.
A ruela principal acompanha o
declive da encosta, num percurso íngreme. Dela derivam quelhas e becos, que
criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da
surpresa de um novo recanto.
Descobrir esta aldeia representa mergulhar no mundo mágico
da Serra da Lousã e embrenhar-se numa vegetação luxuriante por onde espreitam
veados, corços, javalis e muitas outras espécies. Aqui reina a Natureza,
sensível, que pede respeito. Mas que permite inúmeras possibilidades de lazer e
de desportos ativos. Aqui sente-se o pulsar da terra e a sua comunhão com os
homens quando se avistam ao longe as aldeias. Parecem ter nascido do solo
xistoso, naturalmente, como as árvores.
Nesta visita passeámos pelas ruelas e aproveitámos para provar um pastel de castanha, um doce regional vendido num café local.
De passagem visitámos também o
Castelo da Lousã, assim como a capela de Nosso Senhor dos Aflitos e a Cascata
da Praia Fluvial de Nossa Senhora da Piedade.
Ainda na Serra da Lousã fomos
almoçar ao restaurante O Burgo onde tínhamos marcado antecipadamente.
"Abrimos as portas no dia 15 de abril de 1989 e nunca mais as fechámos. A história d’O Burgo escreve-se lado a lado com a família que gere o restaurante há três décadas. Talvez seja por isso que toda a experiência neste restaurante seja tão acolhedora, deliciosa e familiar.
Prezamos o sabor, a experiência deliciosa de degustar pratos regionais, feitos de forma única e aprimorados por anos de experiência. (Fonte: Restaurante O Burgo)"
Situado num local privilegiado, junto à Praia Fluvial e à Cascata, foi uma esperada surpresa, boa comida tradicional, ementa muito variada e um excelente atendimento.
Após o almoço passeámos um pouco pela vila da Lousã.
A Lousã é uma vila portuguesa
do Distrito de Coimbra, que pertencia à antiga província da Beira Litoral, e à
antiga região do Centro (Região das Beiras), estando atualmente inserida na
Região de Coimbra, com cerca de 12 921 habitantes (2021).
A vila da Lousã é sede do município da Lousã que tem 138,40 km² de área e 17 006 habitantes (2021) e está subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte por Vila Nova de Poiares, a nordeste por Arganil (numa escassa centena de metros), a leste por Góis, a sudeste por Castanheira de Pera, a sul por Figueiró dos Vinhos e a oeste por Miranda do Corvo.
Depois desta visita e no regresso a casa parámos para visitar o Convento de Santa Maria de Semide. Convento ou Mosteiro de Santa Maria de Semide, ou Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção, localiza-se em Semide, na freguesia de Semide e Rio Vide, município de Miranda do Corvo.
Actualmente o mosteiro alberga
o CEARTE, escola de formação profissional e um lar de jovens da Cáritas.
A igreja do mosteiro é
igualmente a igreja paroquial de Semide. Todos os anos este templo é palco do
Encontro de Coros de Miranda do Corvo.
O Mosteiro de Santa Maria de
Semide está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1993.
4.º dia
Dia de regresso a casa. Antes de
iniciar-mos a viagem de regresso, fomos visitar o Parque Biológico da
Serra da Lousã.
Este parque é propriedade da
Fundação ADFP e integra um Parque de Vida Selvagem, Quinta Pedagógica,
Labirinto de Árvores de Fruto, Roseiral, Centro Hípico, Museu Vivo de Artes e
Ofícios Tradicionais com Loja de Artesanato, Museu da Tanoaria e Restaurante
Museu da Chanfana.
O Parque Biológico é a maior
amostra da fauna selvagem de Portugal e está situado em Miranda do Corvo, na
encosta da Serra da Lousã, ocupando uma área de 33 000 m2 de Reserva Ecológica
Nacional.
Ao longo do passeio pelos caminhos do Parque Biológico encontrámos várias espécies de fauna e flora. No caso da fauna, observámos várias espécies de aves de rapina (águias, corujas, entre outras), ursos pardos (atualmente extintos em Portugal), linces, lobos, raposas, javalis, mas também vários herbívoros como gamos, veados, corços, cabras entre muitos outros animais. Ao longo do percurso podemos descansar à sombra de castanheiros, carvalhos, medronheiros entre outras espécies de flora existentes nas nossas matas e florestas.
Finalizando a visita ao parque, fomos almoçar ao Restaurante Museu da Chanfana que fica junto ao Parque.
Depois do almoço regressámos
então a casa depois de uns dias muito bem aproveitados visitando mais uma
região do nosso belíssimo país.











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