Um belíssimo passeio pela zona centro com visitas ao Centro de Ciência Viva do Alviela -Carsoscópio e à Casa-Estúdio Carlos Relvas.
Tínhamos marcado previamente uma visita guiada ao Centro de Ciência Viva do
Alviela.
O Centro Ciência Viva do Alviela é um espaço de
divulgação científica e tecnológica, integrado na Rede Nacional de Centros Ciência Viva.
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| Centro de Ciência Viva do Alviela |
Inaugurado a 15 de Dezembro de 2007, este Centro foi desenvolvido com o objetivo de valorizar o imenso património natural da nascente do rio Alviela e zona envolvente, funcionando simultaneamente como recurso estratégico de divulgação científica e educação ambiental. Em 2011, o Centro Ciência Viva do Alviela foi constituído como associação científica e técnica sem fins lucrativos, tendo como associados fundadores a Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, a Câmara Municipal de Alcanena, o Instituto Politécnico de Leiria e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Os morcegos, a água e o curso são as temáticas exploradas neste Centro Ciência Viva através de exposições
interativas e de atividades diversas para os vários públicos, das quais se
destacam a Noite dos Morcegos, os Cafés de Ciência, os programas de ocupação
nas férias escolares e os passeios científicos. (fonte: Centro de Ciência Viva do
Alviela)
Depois desta visita guiada seguimos para a
Golegã e almoçámos no restaurante Adega Ribatejana.
Após o almoço fomos então visitar a Casa
Estúdio Carlos Relvas, também com visita guiada marcada previamente.
Filho de um rico abastado proprietário da Beira
Interior que se instalara com sucesso no Ribatejo, Carlos Relvas nasceu no
Palácio do Outeiro, em plena vila da Golegã, em Novembro de 1838.
Homem eclético, Relvas interessou-se sobretudo
pela fotografia, produzindo uma obra de grande envergadura, onde se destaca
também a magnífica casa-estúdio que construiu no jardim da sua residência do
Outeiro. Mas além de fotógrafo, foi ainda político e lavrador, criador de
cavalos e cavaleiro, inventor, e até músico.
Carlos Relvas é uma das figuras centrais da
história da fotografia portuguesa, com uma obra reconhecida e premiada
internacionalmente. Dizendo-se com orgulho amador, Relvas foi, contudo, um amador
esclarecido. Estamos perante um experimentalista, um investigador, obcecado
pela perfeição técnica e com um apurado sentido estético.
Classificá-lo enquanto fotógrafo, inserindo-o
em qualquer escola artística, é tarefa difícil. As temáticas variadas, a
utilização frequente do grande formato, o modo de execução e os tipos de
impressão, a escolha dos assuntos e a aplicação da iluminação, confirmam-no
apenas como um exímio criador que se aventurou por múltiplos caminhos.
Carlos Relvas deixou-nos um extraordinário
património de imagens que o consagram como um artista de excepção. Mas
legou-nos também a incomparável Casa-Estúdio da Golegã, única no seu género a
nível mundial, para sempre ligada à sua obra e ao seu projecto de vida.
Relvas já tinha construído um primeiro atelier
exclusivamente direcionado para a fotografia, apetrechado com um sistema de vidraça
e cortinas que lhe permitia controlar a entrada de luz. Mas é em 1876 que
inaugura o seu segundo e magnífico atelier, autêntico templo dedicado à arte
fotográfica.
Situado também no jardim da sua casa do
Outeiro, o edifício revelou-se um projecto arrojado e cuidadosamente concebido,
pioneiro de uma arquitectura de transição que fundia admiravelmente a arte e a
tecnologia em pedra, estuque, ferro e vidro.
A execução da obra, que demorou cerca de quatro
anos a ser concluída, foi entregue ao arquitecto Henrique Carlos Afonso, mas a
exigência e o rigor postos na sua construção sugerem que terá sido Relvas o
verdadeiro director do projecto.
Com uma estrutura em ferro, a casa de dois
pisos apresentava-se, à imagem do que acontece hoje, decorada de acordo com as
tendências românticas da época, que lhe conferem uma certa monumentalidade. À
vista, o edifício parece ter tomado como modelo uma igreja cristã, com as suas
três naves e o transepto ao fundo, resultando da conjugação entre o vidro e o
ferro, e da transparência e elegância da arquitectura, um efeito religioso,
quase mágico.
No rés-do-chão funcionavam os laboratórios e a
recepção, situando-se no primeiro andar o espaço de maquilhagem e as enormes
vidraças do estúdio. Aí, numa ampla área, podia-se encontrar todo o tipo de
mobiliário e acessórios fotográficos bem como grandes telas pintadas com
paisagens diversas, tudo encimado por uma estrutura de ferro e vidro que
sustinha as cortinas reguladoras da luz, movidas por um sistema de cordas e
roldanas.
Recebido com enorme interesse pela imprensa, o
novo atelier reunia um conjunto de características que suscitaram a curiosidade
e entusiasmo da sociedade portuguesa da época, nomeadamente o facto de se
tratar de uma casa-estúdio completamente devotada à fotografia. Tudo isto
aliado à circunstância de Carlos Relvas construir esta pérola arquitectónica na
Golegã, na planície ribatejana, a 100 quilómetros de Lisboa.
Contudo, não foi só em Portugal que a
casa-estúdio causou impacto. O conceituado major-general James Waterhouse,
homem que conhecia toda a Europa fotográfica e as suas elites, seria
peremptório nos seus elogios quando a visitou: No seu conjunto, condições
gerais e pormenores, trata-se do mais perfeito atelier fotográfico, e só
podemos lamentar que esteja escondido tão longe no campo.
Sujeita em 2003 a um projecto de reabilitação e restauro, a Casa-Estúdio Relvas mantém-se, na sua traça original, como um monumento ímpar de um período heroico da história da fotografia. (fonte: Casa-Estúdio Carlos Relvas)


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