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Férias na Região do Planalto Mirândes

Nestes últimos anos temos aproveitado as férias sénior organizadas pelos Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP). Desta vez de três escolhas foi-nos atribuído um programa em Trás-os-Montes, a região do Planalto Mirandês.


1º dia

Começámos a viagem com o encontro em de Sete-Rios junto ao Jardim Zoológico. Seguimos em direcção a Coimbra parando nas áreas de serviço de Santarém e Antuã. Em Coimbra juntaram-se algumas pessoas ao grupo. Chegámos ao Porto perto das 13:30, almoçámos na Praça Dr. Francisco Sá Carneiro local onde entraram mais algumas pessoas. Este ano o grupo foi menor devido ao distanciamento obrigatório.

Seguimos então para Miranda do Douro onde seria a nossa estadia nestes 5 dias. Chegámos perto das 18:30 ao Hotel Turismo Miranda.

Depois do habitual check-in e antes do jantar, fomos passear um pouco até ao Miradouro para admirar as lindas cores da paisagem ao pôr do Sol. Jantámos no Restaurante Miradouro neste mesmo local. Após o jantar e antes do regresso ao hotel passeámos pela zona antiga de Miranda.

2º dia

A parte da manhã foi ocupada com a visita à cidade de Zamora (Espanha). A palavra Zamora remete-nos para a História de Portugal para o tratado assinado nesta cidade em 1143, que reconheceu o Reino de Portugal.

Optámos pela visita aos pontos principais desta cidade. Começámos por visitar a Igreja de S. Pedro e S. Ildefonso.

São Pedro e Santo Ildefonso (séc. XII-XV). A seguir à catedral, a igreja mais importante da cidade, originalmente dedicada a São Pedro, veria a sua avocação mudada pelo achado do corpo de Santo Ildefonso, em 1260. Foi construída sobre a antiga igreja visigoda de Santa Leocádia. A organização triabsidal da cabeceira parece inspirada na Colegiada de Toro. No seu interior encontram-se enterrados Santo Atilano e Santo Ildefonso cuja história é narrada no frontal policromo do século XIII.

Zamora - Igreja de S. Pedro e S. Ildefonso

Após esta visita fomos até ao Miradouro del Troncoso.

O miradouro do Troncoso está situado sobre os rochedos de Santa Marta e dele avistam-se vistas excepcionais do rio Douro. É um lugar único, longe de toda atividade turística. Daqui tem-se uma vista imponente sobre o rio Douro, a Puente de Piedra, a Fundação Rei Afonso Henriques, ambos os bairros da margem esquerda e várias localidades próximas.

Zamora - Miradouro del Troncoso

Seguimos depois em direcção à Catedral de Zamora, onde visitámos além da catedral o seu museu. Este Museu foi criado para albergar obras da própria Catedral e, também, de várias outras paróquias. Tem como destaque um altar em prata lindíssimo, imagens policromadas e uma rica tapeçaria flamenca.

Zamora - Catedral


Zamora - Catedral

Esta joia do Românico começou a ser construída em 1140, sobre as ruínas da antiga basílica que ali existia. Conserva a maior parte da sua estrutura original apresentando alguns elementos inusitados, dada a época em que foi construída, tais como os arcos dobrados peraltados e inclusive já apontados (antecipando o início do estilo gótico), ou o zimbório que se eleva sobre o cruzeiro para iluminar todo o interior do templo e que serviu de inspiração a outras catedrais.

A sua torre, localizada junto às muralhas da cidade, denota a sua dupla função: religiosa e militar. A chamada Porta do Bispo é a única das três portas da catedral românica que chegou até aos dias de hoje e onde se podem apreciar influências clássicas, francesas, orientais e hispano-muçulmanas. A catedral alberga ainda um Museu Diocesano que vale a pena visitar.

Foi na catedral de Zamora que, no dia de Pentecostes de 1125, D. Afonso Henriques se armou cavaleiro, num gesto simbólico de emancipação e oposição à sua mãe, D. Teresa, que mantinha uma relação com o galego Fernão Peres de Trava, grande aliado do rei de Leão e Castela. Querendo governar o Condado Portucalense, que estava sob a regência da mãe durante a sua menoridade, D. Afonso Henriques armou-se cavaleiro, reuniu outros tantos e derrotou a mãe na Batalha de São Mamede, assumindo a liderança do condado. Estava dado o primeiro passo para a fundação da nacionalidade Portuguesa.

Zamora - Catedral


Zamora - Catedral

Depois desta visita fomos até à Plaza Mayor.

A Plaza Mayor de Zamora é um espaço retangular localizado na cidade de Zamora (Espanha) . Este espaço está parcialmente ocupado no seu lado oeste pela igreja de San Juan de Puerta Nueva. A praça mudou de nome várias vezes durante o século 19.

Até meados do século XX, a praça era delimitada pelas casas anexas à referida igreja, e foi apenas na década de 1950 que, devido à restauração da igreja, os edifícios anexos foram demolidos, produzindo o alargamento da praça para a espaço que se conhece hoje. Anteriormente, o espaço atrás da igreja era denominado "Plazuela de San Miguel", após a ampliação foi unificado no nome genérico de Plaza Mayor graças aos projetos do arquiteto espanhol José María Aparicio. Em 2004 comemorou-se o quinto centenário da praça.

No piso pavimentado da praça pode-se distinguir uma planta paralela à igreja de San Juan de Puerta Nueva, formada por lajes que são colocadas em posições diferentes das demais. Eles foram colocados para indicar onde o primeiro recinto amuralhado da cidade estava localizado, incluindo a forma de um semicírculo para delinear onde um dos cubos defensivos da muralha Zamoran estava localizado.

Zamora - Plaza Mayor

Seguimos depois até à Praça Viriato.

Esta praça da cidade de Zamora deve o nome à estátua que ali se encontra em homenagem ao líder da tribo Lusitana que derrotou os romanos em diversas batalhas, tendo conseguido conter a expansão Romana na Península Ibérica. Ficou conhecido como o “Terror dos Romanos” por se opor e, em alguns casos, derrotar a superpotência da época que se intitulava arauto da civilização.

Certo é que os Romanos não podiam contar com a submissão dos povos da Península Ibérica, tendo sido forçados a ocupar permanentemente o território com quarenta mil homens. Roma ainda terá chegado a pactuar com Viriato, como que reconhecendo-o como soberano, todavia, à traição, compactuou com três dos seus aliados para que o assassinassem. Sem a forte oposição de Viriato, os exércitos romanos puderam atravessar o rio Douro e chegar à Galiza.

A estátua de Viriato que se encontra nesta praça de Zamora apresenta o herói lusitano fazendo uma saudação com o braço direito e segurando uma túnica e uma espada com o esquerdo. Uma estátua semelhante, mas em tamanho reduzido, encontra-se em exposição no Museu de Zamora. (fonte: Sapo Viagens)

Zamora - Praça Viriato

Finda esta visita caminhámos até ao parque de San Martin, local de encontro para regressar a Miranda do Douro e almoçar no Restaurante Miradouro aonde foram todas as nossas refeições nestes dias, bom restaurante, comida bem confeccionada e muito farta.

Após o almoço fomos visitar a parte antiga da cidade de Miranda, nesta visita fomos acompanhados por um guia local. Começámos pelo Castelo.

O castelo de Miranda do Douro foi edificado num segundo momento de povoamento de Trás-os-Montes, ocorrido no reinado de D. Dinis, que em 1286 que terá mandado edificar um castelo numa das extremidades da vila, a que se associava uma cerca urbana destinada a proteger a população.

Às naturais transformações nos séculos posteriores, juntou-se uma violenta explosão, em 1762, que desfigurou partes fundamentais da obra gótica. Ao que tudo indica, o castelo tinha a forma rectangular e as suas muralhas ligavam “a formidável torre de menagem, situada num dos ângulos, a três outras torres mais baixas também em posição angular”.

Esta descrição anuncia uma fortaleza tipicamente gótica, com portas e ângulos defendidos activamente por altas torres, que permitiam o tiro vertical. A partir da segunda metade do século XVI a fortaleza experimentou diversas alterações, que visaram convertê-la numa praça moderna e adaptada à guerra de artilharia.

Na cerca da vila, a principal obra então realizada foi a construção de um baluarte diante da porta principal, a que se juntaram diversas guaritas nos ângulos. Mais radicais foram os trabalhos no castelo, que obrigaram à destruição de grande parte das torres e respetivo nivelamento do terreno para instalação de peças de artilharia (GOMES, 2003, p.140).

Em maio de 1762, num momento em que a praça tentava resistir às tropas espanholas, o paiol explodiu, levando consigo alguns troços que não mais se reconstruíram. É por isso que, em muitas partes do recinto, a ausência de muralhas é flagrante, tendo-se limitado os trabalhos de restauro a pouco mais que obras de consolidação. (fonte: Cultura Norte)

Miranda do Douro - Castelo


Miranda do Douro - Castelo

Seguimos depois em direcção à Praça do Município, onde se encontra a Câmara Municipal e o Museu da Terra de Miranda.

Miranda do Douro - Praça do Município

Visitámos também a Concatedral de Miranda do Douro.

Mandada construir por D. João III, no contexto de uma reorganização político-religiosa do reino que também abrangeu as catedrais de Portalegre e de Leiria, a Sé de Miranda do Douro foi iniciada em 24 de maio de 1552 e a sagração do altar data de 1586.

A obra implicou a destruição da antiga Igreja de Santa Maria, um templo gótico erigido durante o reinado de D. Dinis, no século XIV. Projeto de Gonçalo Torralva e Miguel de Arruda, com posterior execução de Francisco Velasquez, a construção foi concluída no início do século XVII, mantendo o estatuto de sé episcopal até 1780, ano em que a sede da diocese foi transferida para Bragança (com a designação de Diocese de Bragança e Miranda). Este edifício passou, assim, a ser designado por Concatedral ou simplesmente por Igreja Matriz de Miranda do Douro.

Miranda do Douro - Concatedral

A transferência da sede da diocese poderá estar ligada à história de Miranda do Douro que, pela sua condição de fronteira, caiu por duas vezes em poder espanhol no século XVIII. Bragança era uma cidade menos exposta a ameaças externas.

De conceção maneirista, este notável templo possui uma fachada harmónica, em que um corpo central é ladeado por duas poderosas torres, e com um interior em três naves abobadadas à maneira gótica e cruzaria de ogivas de nervuras visíveis. O retábulo-mor, um conjunto escultural dedicado a Santa Maria Maior, é já uma obra seiscentista e deve-se ao trabalho de Gregório Fernández, mestre galego radicado em Valladolid e responsável por uma oficina bastante ativa durante o período maneirista. 

Na Sé, existem outros retábulos que merecem a atenção do visitante, como o de São. Bento, o de Nossa Senhora dos Remédios, o das Relíquias, o de Santo Amaro ou o retábulo de Nossa Senhora do Rosário (atualmente do Sagrado Coração de Jesus). Em estilo barroco e datados do século XVIII, podem observar -se os retábulos de São Pedro, de São Jerónimo e de Nossa Senhora da Piedade. O cadeiral do coro do Cabido, obra de grande requinte e raridade, data do século XVII e é do estilo maneirista.

A Sé Catedral de Miranda do Douro é também conhecida por guardar um ícone da religiosidade popular – o Menino Jesus da Cartolinha. Pode observar-se esta pequena imagem setecentista num oratório em talha dourada barroca, onde os devotos depositam as suas oferendas. (fonte: Visit Portugal)

Miranda do Douro - Concatedral

Terminámos as visitas com a exposição de artesanato tradicional e com um percurso no comboio turístico pelos pontos mais importantes da cidade. Seguiu-se o jantar e para terminar o dia um simpático convívio com o Sr. Cândido um participante do grupo a tocar viola numa sala do hotel.

Miranda do Douro - Hotel Turismo

3º dia

Começámos o dia em Mogadouro novamente com um guia local, iniciámos o percurso pelo Parque da Vila.

Mogadouro

Seguimos depois para uma visita à Sala Museu de Arqueologia de Mogadouro.

Salvaguardar os “objectos” do passado é preservar a nossa memória colectiva e o Museu tem como funções principais preservar e permitir a fruição dos bens culturais existentes num território. Com o intuito de guardar e divulgar os artefactos arqueológicos, recolhidos nas campanhas arqueológicas da década de 80, foi criada a Sala Museu de Arqueologia do Município de Mogadouro nos finais da mesma década do século XX.

No seu interior conservam-se peças que mostram a história das culturas passadas, que habitaram no actual concelho de Mogadouro; os artefactos expostos e guardados, antes de se converterem em peças de Museu, foram objectos do quotidiano dos nossos antepassados. Testemunhos de comunidades que aqui habitaram e nos deixaram o seu conhecimento e que nós vamos aproveitando e aperfeiçoando. (fonte: Câmara Municipal de Mogadouro)

Mogadouro - Sala-Museu de Arqueologia

Depois continuámos para a Igreja do Convento de S. Francisco.

O Convento de São Francisco de Mogadouro terá sido fundado no início do século XVII, e a obra de construção do edifício conventual terá sido iniciada cerca de 1620, tendo como patrocinador D. Luís Álvares de Távora. O estaleiro de obras prolongou-se por toda a centúria e apenas no ano de 1682 a estrutura do cenóbio ficou concluída.
Apresentando evidentes influências do modelo das igrejas jesuítas, o templo de São Francisco desenvolve-se em planta de cruz latina com três naves, capela-mor e sacristia. A fachada de gosto maneirista destaca-se pela verticalidade dos volumes e pela erudição da traça.

Com galilé dividida em três pórticos, possui no registo intermédio um nicho com a imagem do padroeiro, integrado numa moldura com frontão e volutas de gosto flamengo e ladeado por janelas. Do lado esquerdo, ultrapassando a cércea do frontão triangular que remata o frontispício, foi edificada a torre sineira, coroada com pináculos.
No interior, destaca-se o cadeiral do coro-alto, uma excelente obra maneirista repleta de relevos de motivos de grutesco. Nas naves laterais foram edificadas capelas, com pórtico em arco pleno e altares de talha. A nave principal é coberta por abóbada de canhão decorada.

No centro da capela-mor foi edificado o retábulo-mor de talha, atribuído a Francisco Lopes de Matos. Assente sobre dois pedestais de granito, o retábulo de linhas maneiristas divide-se em dois registos de edículas, sendo o conjunto rematado por ático circular. Toda a estrutura é decorada com relevos de motivos fitomórficos e figuras de cabeças aladas, albergando um conjunto de tábuas com representações da vida de São Francisco.
Depois de sofrer dois incêndios que destruíram parte dos anexos conventuais, um nos finais do século XIX, outro na década de 20 do século XX, o convento sofreu obras de reforma e restauro, albergando desde 1971 diversos serviços camarários. (fonte: Património Cultural)

Mogadouro - Igreja do Convento de S. Francisco

Finda mais uma visita continuámos para a Igreja da Misericórdia, onde no largo fronteiro existe o pelourinho.

Este templo é da segunda metade do século XVI. A porta é renascentista cujos portais são formados por duas pilastras dóricas, e o frontão tem sobre a arquitrave um nicho em forma de concha (onde se encontra uma pietá), e é ladeado por duas aletas. Esta igreja deve-se à família Távora, mais propriamente a D. Luís Álvares de Távora. A capela mor está decorada com frescos do século XVIII. O retábulo do altar mor deve ser do século XVII. As pinturas dos quadros que se usam nos passos, são do século XVIII, como deste século é a imagem do Senhor dos Passos, a imagem do Senhor jacente deve ser do século XVII. (fonte: Câmara Municipal de Mogadouro)

Mogadouro - Igreja da Misericórdia

E continuando o roteiro cultural seguiu-se o Castelo.

Com provável origem anterior, o Castelo de Mogadouro aparece documentado no século XII, quando Fernão Mendes, o Braganção, dele faz doação aos Templários. A torre de menagem é deste período. Sede de comenda da ordem de Cristo e a partir do séc. XIV, Paço dos Távoras, senhores de Mogadouro e alcaides-mor. Após o processo dos Távoras (1759) o edifício degrada-se e arruína-se por completo ao longo do séc. XIX.

Em escavações efetuadas junto da atual igreja matriz, foi detectado um nível ocupacional da época romana, que pode, eventualmente, estar em relação com um primitivo núcleo proto-histórico, mas de que não se revelaram quaisquer contextos conservados (MARCOS, 1993, p.209).

A área intervencionada foi muito reduzida, mas provou o mais alargado potencial arqueológico do local, que aguarda ainda um programa de estudo integral. Certo é que o castelo já existiria em 1145, quando foi doado aos Templários por Fernão Mendes de Bragança, juntamente com a fortaleza de Penas Róias. Esta doação não pode ser dissociada de um qualquer reduto militar aí existente, argumento que aponta para uma primitiva edificação a rondar as primeiras décadas do século XII.

A presumível modéstia dessa estrutura levou a que a Ordem do Templo realizasse uma integral reforma da fortaleza, atualizando-a segundo a linguagem da arquitetura militar da época. É desta forma que se explica a construção do castelo românico de Mogadouro, de que se conserva apenas parcialmente a torre de menagem. (fonte: Cultura Norte)

Mogadouro - Castelo

E por fim a Igreja Matriz.

A Igreja Matriz de Mogadouro foi construída no século XVI sobre uma outra menor e, segundo indicações, sobre uma românica. De planta longitudinal, apresenta três naves, sendo estas separadas por arcos quebradas e assentes em capitéis de ordem toscana, e capela-mor com o teto em abóbada gótica. O retábulo do altar-mor é em talha dourada.

Mogadouro - Igreja Matriz

Após estas visitas regressámos a Miranda do Douro para almoçar. Da parte da tarde seguimos para a Aldeia de Picote.

Picote (em mirandês Picuote) é uma freguesia portuguesa do concelho de Miranda do Douro, com 19,95 km² de área e 368 habitantes (2001). Densidade: 18,4 hab./km². Picote é uma típica aldeia transmontana, situada em pleno Planalto Mirandês, mesmo no alto das majestosas Arribas do Douro. Actualmente, também faz parte do Parque Natural do Douro Internacional. A freguesia de Picote está inserida no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, e é composta por duas aldeias, Picote e Barrocal do Douro.

Picote é conhecida por muitas razões: uma delas é a Barragem de Picote, construída entre 1954 e 1958, num impressionante estrangulamento do rio Douro, no seu troço internacional. Inaugurada em janeiro de 1958, tem uma altura de 100 metros, o seu coroamento tem um comprimento de 92.30 metros, e os seus três geradores têm a capacidade de produzir 180 MWh.

Outra razão pela qual Picote é conhecida reside no facto de que, entre todas as aldeias pertencentes às chamadas Terras de Miranda, é daquelas que mais tem defendido e incentivado o uso da Língua Mirandesa. Isso pode ser constatado pelo facto de que muitas das ruas da aldeia terem placas com os seus nomes escritos em português e em mirandês; ou ainda pelo facto de os cartazes com os programas das festas também estarem escritos em português e em mirandês.

Aldeia de Picote

Na aldeia de Picote não podia faltar o percurso para admirar a belíssima paisagem do Miradouro da Fraga do Puio.

No fundo da aldeia de Picote, há indicação que nos leva ao miradouro da Fraga do Puio (em mirandês Peinha de L Puio), de onde se desfruta uma excecional vista sobre dois troços profundos do Douro e onde a mão laboriosa do homem, apesar das agruras da natureza, consegue ainda repovoar de oliveiras, surribando caldeiras para as poder segurar. É uma paisagem grandiosa, desenhada pelo rio há dois milhões de anos. (fonte: Rota da Terra Fria Transmontana)

Miradouro da Fraga do Puio

Em Picote visitámos também a Capela de Santo Cristo e os seus frescos.

Capela de Santo Cristo com cachorra fálica de estilo românico, e poucas alterações posteriores excepto no pórtico principal. Está sobre uma antiga necrópole romana. 

Recentemente foi descoberto um painel de frescos com mais de quatro metros de comprimento e cinco de altura que retrata episódios alusivos à figura de S. João Baptista, desde a visitação (encontro de Nossa Senhora com Santa Isabel) passando pelo baptismo de Jesus, até à decapitação do profeta. (fonte: Rota da Terra Fria Transmontana)

Picote - Capela de Santo Cristo

Antes de regressar a Miranda do Douro e não estando previsto no programa passámos pelo miradouro, onde se avista a Barragem de Picote, para admirar mais uma belíssima paisagem.

Situada no Parque Natural do Douro Internacional, concelho de Miranda do Douro. A barragem foi construída, num impressionante estrangulamento do rio é um dos pontos turísticos principais.

Barragem de Picote

Regressámos então a Miranda do Douro para jantar. A seguir ao jantar fomos passear pela zona antiga da cidade com a sua bela iluminação noturna.

Miranda do Douro à noite

Regressámos então ao hotel para descansar.

4º dia

Na parte da manhã fizemos um Cruzeiro Ambiental no Douro Internacional que já conhecíamos de um outro programa por estas regiões na altura das amendoeiras em flor, mas desta vez foi uma experiência diferente pois com a luminosidade do sol de verão estas paisagens têm sem dúvida um outro encanto.

Miranda do Douro - Cruzeiro Ambiental no Douro Internacional

O Cruzeiro Ambiental da Estação Biológica Internacional – EBI no Parque Natural Arribes del Duero, investiga a zona mais espetacular conhecida por “Grand Canyon Europeia”, navegando por águas internacionais da cidade fronteiriça de Miranda do Douro para o Vale águia e Villardiegua de la Ribera. Durante a viagem, os técnicos da Estação Biológica interpretam recursos etnográficos, animais selvagens, flora e geologia das falésias.

Miranda do Douro - Cruzeiro Ambiental no Douro Internacional

Depois do almoço em Miranda, como habitual, seguimos para Bragança para visitar o Museu Abade de Baçal.

O Museu do Abade de Baçal foi criado por Decreto Lei em 13 de novembro de 1915 sob a designação de Museu Regional de Obras de Arte, Peças Arqueológicas e Numismática de Bragança. Em 1935, data da jubilação do Abade de Baçal, passou a designar-se Museu do Abade de Baçal, em homenagem ao erudito, investigador e Diretor do Museu entre 1925 e 1935.

Revestiu-se de grande importância para o Museu a ação do Dr. Raul Teixeira, Diretor do Museu do Abade de Baçal entre 1935 e 1955 e grande impulsionador da cultura da região e defensor do seu património, que desempenhou um papel decisivo na projeção do Museu e na angariação de parte significativa do seu acervo, visando as excelentes relações que tinha junto dos meios culturais e artísticos da época.

Bragança - Museu Abade de Baçal

A seguir a esta visita fizemos o percurso até ao Castelo.

O Castelo de Bragança, um dos mais representativos da arquitetura medieval, foi construído em 1409 por ordem de D. João I, sobre as fundações do tempo do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Composto por uma imponente Torre de Menagem e por uma muralha dupla, o conjunto está muito bem conservado e a praça de armas, conhecida por cidadela ou vila, onde fica a Igreja de Santa Maria e a Domus Municipalis, mantém o velho casario medieval de ruas estreitas e pequenas casas caiadas de branco.

As muralhas são formadas por 15 torres e 3 portas, onde se destacam a Torre da Princesa, antiga dependência da Casa dos Alcaides que guarda a lenda de uma princesa feita prisioneira, e a Porta da Vila que acolhe o visitante ao castelo. Na Torre de Menagem, com 17 metros de lado e 33 m de altura, merecem referência alguns elementos artísticos góticos, nomeadamente as ameias, as janelas e a pedra de armas da Casa Real de Avis, fundada por D. João I. Vale a pena subir até ao último piso, pela vista sobre a cidade e a paisagem envolvente. (fonte: Visit Portugal)

Bragança - Castelo


Bragança - Castelo

Depois do percurso do Castelo e de um pequeno descanso com os simpáticos acompanhantes do grupo, a Patrícia e o Francisco, seguimos para o centro de Bragança. Passeando pelas ruas encontrámos a Igreja da Misericórdia que visitámos e terminámos na Praça da Sé, com a Sé de Bragança fechada.

Bragança - Igreja da Misericórdia

Regressámos a Miranda do Douro para o descanso merecido e a arrumação da bagagem, pois no dia seguinte era o dia de regressar a casa.

5º dia

Como tínhamos a manhã livre aproveitámos para fazer um percurso pelo lindíssimo Parque Urbano do Rio Fresno em Miranda.

No centro de Miranda do Douro, este parque com vista para o castelo é um local aprazível onde poderá tomar uma bebida na esplanada enquanto aprecia a pequena albufeira do rio Fresno e os animais como a lontra ou aves que aqui têm o habitat. Associado ao parque existe um percurso que percorre uma parte das margens do rio Fresno. 

Miranda do Douro - Parque Urbano do Rio Fresno


Depois deste percurso fomos almoçar a famosa "Posta Mirandesa" no Restaurante Miradouro aonde fomos sempre muito bem servidos e com muito bom atendimento.

Terminámos estes maravilhosos dias nesta linda região de Portugal cujo programa foi muito bem elaborado, tanto nas visitas como no acompanhamento que tivemos nestes dias pelos jovens Patrícia e Francisco e pelo excelente trabalho do motorista Sr. Marco Pereira da empresa Transdev, limpeza do autocarro impecável e sempre pronto a nos mostrar mais algum local de interesse.

Chegámos a casa por volta das 22h depois das habituais paragens no Porto e em Coimbra além das obrigatórias para descanso do motorista.





















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