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Fim de Semana em Santa Cruz da Trapa

Organizado pelos Centros de Convívio dos SSAP, fomos passar uns dias em Santa Cruz da Trapa, S. Pedro do Sul.


1º dia

Saímos como habitualmente de Sete-Rios em Lisboa, em direcção a Coimbra onde fizemos as primeiras visitas.

Começámos as visitas pela Igreja de S. Bartolomeu, edificada no século X, conforme testemunha um documento que informa que a igreja foi doada ao Mosteiro do Lorvão já em 957. O primitivo templo foi reedificado no século XII em estilo românico. O actual templo foi erguido com traça em estilo barroco muito simples. O interior é constituído por uma nave e uma capela-mor, onde se pode observar um retábulo de talha dourada e marmoreada, típico do século XVIII coimbrão e semelhante ao retábulo principal do Mosteiro de Santa Cruz. O retábulo-mor enquadra uma grande tela, assinada pelo pintor italiano Pascoal Parente.

Coimbra - Igreja de S. Bartolomeu

Depois desta visita continuámos a caminhar na Praça do Comércio, passando pela Igreja de S. Tiago, e seguindo para o restaurante "O Garfinho à Portuguesa", para almoçar.

Coimbra - Igreja de S. Tiago

Depois do almoço seguimos até ao Mosteiro de Santa Cruz, junto à Câmara Municipal.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz e Câmara Municipal

Do programa fazia parte uma visita ao Museu Machado de Castro, mas como já o tínhamos visitado recentemente escolhemos fazer uma visita ao mosteiro de Santa Cruz que não conhecíamos.

Fundado em 1311, o primitivo edifício do Mosteiro e Igreja de Santa Cruz foi erguido entre 1132 e 1223, com projecto do mestre Roberto, conceituado artista do estilo românico. A partir de 1507, o rei D. Manuel I de Portugal ordenou uma extensa reforma, reconstruindo e redecorando o mosteiro e a sua igreja. Nessa época foram transladados os restos mortais de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I dos seus primitivos sarcófagos para novos túmulos decorados em estilo manuelino.

Cerca de 1530 foi adicionado sobre a entrada um Coro-alto, nesse espaço foi instalado um magnífico cadeiral de madeira esculpida e dourada. Este cadeiral é um dos raros da época manuelina ainda existentes no país.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

A sacristia da igreja é um exemplar típico do estilo maneirista, construída entre 1622 e 1624. A sacristia está decorada com azulejos seiscentistas e possui quadros notáveis de dois dos melhores pintores quinhentistas portugueses: Grão Vasco e Cristóvão de Figueiredo.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

No museu de Arte Sacra estão depositadas as peças mais valiosas que fizeram parte do tesouro do Mosteiro. Entre elas podemos referir a CASULA, que dizem ser dos Mártires de Marrocos. O tecido de que foi confeccionada é de origem mourisca do séc. XIII, dois meios corpos, também de prata e do séc. XVI, são relicários preciosos que contêm relíquias dos cinco mártires de Marrocos.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

A sala do capítulo, manuelina, entre 1507 e 1513, possui uma capela maneirista de São Teotónio, datada de cerca de 1588. Nessa capela encontram-se os restos do fundador do mosteiro, canonizado já no século XII. Junto ao capítulo está o chamado "Claustro do Silêncio". A fonte no centro é do século XVII.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

O Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Cruz é considerado um dos mais famosos Claustros de Portugal. Feito em estilo Manuelino, com uma decoração naturalista, bem patente nos arcos e sobretudo no recanto que é a Fonte de Paio Guterres. A fonte serviu de lavabo aos frades pela proximidade a que ficava do refeitório. Ao centro do relvado, está um chafariz com duas taças sobrepostas e encimado pela imagem do Anjo Custódio. Vários são os túmulos disseminados na área do claustro.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

O Santuário é uma capela, de forma elíptica, construída para ser um grande relicário, isto é, abrigar as relíquias da comunidade. São doze altas pirâmides, a toda volta do Santuário. Cada pirâmide, nas faces visíveis, ostenta dezoito relíquias e os suportes das pirâmides mostram três relíquias, cada uma em sua face visível. A iluminação da Capela é feita por janelões que difundem luz natural a todo conjunto.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

As Ordens masculinas têm quase sempre o coro nas respectivas Capelas Maiores, onde se congregam os seus membros. A narrativa da epopeia marítima está representada no Cadeiral, com os seus símbolos mais expressivos. As esferas armilares no velame das caravelas e nos espaldares dos Cadeirais de cima, os escudos e brasões portugueses e outros pormenores verdadeiramente nacionais são indício claro do momento de glória e euforia nacional que naquela época se respirava por toda a parte.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

O estatuto de Panteão Nacional, sem prejuízo da prática do culto religioso, foi reconhecido ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra em agosto de 2003, pela presença tumular dos dois primeiros Reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I.

Coimbra - Mosteiro de Santa Cruz

Acabada a visita ao Mosteiro, entrámos no Café Santa Cruz que fica logo ao lado.

Após a sua dessacralização, este edifício conheceu diversas funções, sendo utilizado como armazém de ferragens, esquadra de polícia, armazém de canalizações, estação de bombeiros e mesmo como casa funerária.

Classificado como Monumento Nacional desde outubro de 1921, no início da década de 1920 o imóvel foi adaptado às funções de café-restaurante. Com uma nova fachada em estilo neo-manuelino, o projecto foi assinado pelo arquitecto Jaime Inácio dos Santos. A inauguração do Café Santa Cruz ocorreu a 8 de maio de 1923.

Coimbra - Café Santa Cruz

Em seguida começámos a subida até à Sé Nova. No caminho passámos pela Porta e Torre de Almedina.

Assente na parte mais baixa da cerca medieval, a sua edificação poderá remontar à época do conde Sesnando Davides, que conquistou Coimbra em 1064, tendo sido ao longo dos séculos por diversas vezes reformada e remodelada. Esta porta era defendida, primitivamente, por dois cubelos avançados que, mais tarde, foram ligados por meio de um arco fundo, por sobre o qual foi levantado o forte torreão. O seu aspecto actual poderá ser resultante de uma reforma no início do século XVI, por determinação de Manuel I de Portugal.

Coimbra - A caminho da Sé Nova

Passámos ainda pela Sé Velha. Esta começou a ser construída em 1139 acabando em 1182. Em 1185, foi coroado ali o segundo rei de Portugal, D. Sancho I.

Coimbra - Sé Velha e caminho até à Sé Nova


Após subirmos mais um pouco chegámos finalmente à Sé Nova.

Próximo da Universidade de Coimbra, o Colégio das Onze Mil Virgens (vulgarmente designado de Sé Nova), é de origem Jesuíta, onde os seus clérigos se haviam instalado em Coimbra em 1541. O templo começou a ser construído em 1598, com projecto do arquitecto oficial dos jesuítas de Portugal, Baltazar Álvares, influenciado pela igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa. As obras desenvolveram-se com lentidão, e o culto somente se iniciou em 1640, sendo o templo inaugurado apenas em 1698.

Em 1759, os Jesuítas foram banidos de Portugal pelo Marquês de Pombal e, em 1772, a sede episcopal de Coimbra foi transferida da ilustre Catedral de Coimbra Igreja de Santa Maria denominada Sé Velha, por esta ser de origem arquitectónica românica, para a mais espaçosa igreja jesuíta, somente por este colégio ser maior e poder albergar mais pessoas.

Coimbra - Sé Nova

Terminadas estas visitas a Coimbra iniciámos a nossa viagem até Santa Cruz da Trapa onde ficámos instalados na Casa Alice Félix.


2º dia

O dia foi passado na cidade de Viseu. Começámos por visitar o Casa-Museu Almeida Moreira.

O Museu Almeida Moreira foi criado na casa onde viveu Francisco Almeida Moreira, com o objectivo de fazer perpetuar a memória e o legado desta figura ímpar na sociedade viseense e portuguesa do século XIX. Com a condição de ali constituir a “Casa-Museu-Biblioteca” do viseense, a casa foi doada à cidade de Viseu em testamento de 1939, bem como a sua valiosa colecção artística e o importante acervo documental.

Viseu - Casa-Museu Almeida Moreira

Depois desta visita seguiu-se a visita ao Museu da Cidade, que ocupa na Rua Direita, uma das artérias mais emblemáticas da cidade, o edifício da antiga Papelaria Dias, um antigo espaço icónico da cidade. É aqui que começa uma viagem com 2500 anos e o início de um museu que “ainda está na sua primeira encarnação” o Museu de História da Cidade.  Um local repleto de memórias onde podemos contemplar o passado, presente e futuro de Viseu.

Viseu - Museu da Cidade

Após esta visita fizemos uma pequena pausa para almoço.

Logo a seguir ao almoço visitámos a Igreja dos Terceiros de São Francisco datada da segunda metade do século XVIII, situada no Parque da Cidade. A sua bela fachada foi desenhada por António Mendes Coutinho, discípulo de Nicolau Nasoni. O interior é dominado pela talha dourada do altar-mor, de dois altares colaterais e dois altares laterais, obras do grande entalhador e escultor José da Fonseca Ribeiro. As paredes interiores possuem um friso de azulejos com a vida de São Francisco.

Viseu - Igreja dos Terceiros de S. Francisco

A visita continuou para a Casa da Ribeira que é um espaço cultural evocativo de múltiplas memórias de Viseu e da história recente do lugar.

Viseu - Casa da Ribeira

A ela associam-se a presença dos tradicionais moinhos do rio Pavia, o lagar de azeite e o labor das lavadeiras que coravam e secavam as roupas junto da represa do moinho. A Casa evoca ainda a presença das Barcas na Ribeira, que marcaram a vida do rio e da comunidade, em momentos de lazer e num imaginário infantil de aventuras.

Edificada nos finais do século XVII, a Casa da Ribeira é uma antiga casa de lavradores, com características da arquitectura tradicional típica da região viseense.
Apresentando uma estrutura robusta, de carácter utilitário, a casa divide-se em dois pisos, com fachadas marcadas pela disposição regular dos blocos de granito, rematados por friso, cornija e beiral duplo.

Viseu - Casa da Ribeira

Depois desta visita seguimos para a Quinta da Cruz que se encontra situada nas margens do rio Pavia e a 2,5km da cidade, com uma extensa área verde de assinalável biodiversidade, a Quinta da Cruz apresenta ao público uma exposição permanente, exposições temporárias e diversas oficinas criativas.

Viseu - Quinta da Cruz

Tivemos oportunidade de ver uma exposição de nome "Horizonte" da artista plástica Cristina Rodrigues.

Viseu - Exposição de Cristina Rodrigues na Quinta da Cruz

Finda a visita regressámos a Santa Cruz da Trapa para jantar e repousar.


3º dia

O dia começou com uma visita ao centro de Santa Cruz da Trapa.

Santa Cruz da Trapa

Continuamos o dia com uma paragem no Bioparque.

Este parque localiza-se na Serra da Arada. É um espaço de contacto com a natureza, onde se pode praticar desporto, caminhar na natureza ou relaxar.

Bioparque da Serra da Arada

Fizemos uma caminhada para ver alguns do 13 moinhos de água que foram recuperados ao longo de uma linha de água ornamentada com violetas, fetos, musgos e salgueiros. Uma característica comum a todos eles são a existência de levadas em aqueduto.

A finalidade da recuperação dos moinhos foi recriar o antigo ciclo do fabrico do pão, desde a moagem da farinha até à confecção da broa. No final da visita fomos agraciados com um lanche de produtos da região.

Bioparque da Serra da Arada

Depois da visita fomos almoçar em S. Pedro do Sul.

S. Pedro do Sul

Após o almoço fizemos a viagem de regresso a Lisboa, onde chegámos ao final do dia.



























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