Aproveitando uns dias sem chuva decidimos fazer um programa pela região de Mira.
1º dia
Saímos da Parede com destino a
Santarém, para almoçar no Restaurante Mística na nova Casa do Benfica de Santarém.
Depois de almoço seguimos para
a Barrinha de Mira onde está instalado
o Museu dos Palheiros de Mira.
Os Palheiros de Mira, Museu e Posto de Turismo é um lugar multissensorial,
onde podemos descobrir as histórias, tradições e culturas dos Homens e Mulheres
que fizeram deste território a sua casa.
Aqui cruzam-se inovação, tecnologia e design com espólio etnográfico e
histórico do concelho, através de uma linguagem multitemática, combinando
«patrimónios» diversificados: o território, a memória local, os vestígios
culturais de presença humana, o espírito do lugar, entre outros, seguindo uma
visão transdisciplinar e diacrónica.
Este é o local de interpretação do passado. Aqui podemos fazer uma
experiência sensorial viajando pela história de uma comunidade dividida entre o
Mar e a Terra. Aqui podemos conhecer um lugar e um edifício que evolui ao longo
dos tempos. Podemos descobrir as artes tradicionais de outrora e a sua ligação
com o território (Arte Xávega), a construção tradicional dos palheiros, as
vivências de uma comunidade dividida entre a Terra e o Mar.
Este museu conta com exposições únicas no seu interior, que refletem a
história do nosso povo e da nossa região.
Terminada
a visita a este museu e depois de algumas fotos do local dirigimo-nos para o
alojamento escolhido a "Casa de Campo do Colmeal".
A Casa de Campo Colmeal está situada a cerca
de 8 Km da vila de Mira, na aldeia do Colmeal.
Está idealmente situada para quem deseja explorar a fauna e flora
envolvente, a nascente de água e Praia Fluvial dos Olhos da Fervença, bem como,
um leque de experiencias pelas rotas da região.
Casa com um ambiente confortável e familiar cheio de autenticidade e gosto
de receber. Sentimo-nos como estando em casa. Casa centenária, onde há um
salão, sala de refeições, bar/adega, piscina e horta biológica.
Há muitas
atividades ao ar livre nas imediações, incluindo caminhadas,
birdwatching e pesca, na Praia de Mira, a poucos quilómetros.
Casa de Campo com 15 quartos
com casa de banho privativa, oferece-nos uma acomodação confortável numa
excelente localização.
Depois de nos instalarmos e de
conversarmos um pouco com o Sr. Jorge Cruz, o simpático responsável pela
manutenção deste espaço, fomos até ao centro de Mira para conhecermos um pouco esta simpática vila. Como estava aberta visitámos a Igreja de S. Tomé ou Paroquial.
Edificada em 1690, esta igreja
sofreu importantes alterações no século XIX. No seu interior, salientam-se os
azulejos rococó, as pinturas setecentistas do tecto e os retábulos barrocos.
2º dia
Começámos o dia com um bom
pequeno-almoço, como não podia deixar de ser neste ambiente tão rústico e
agradável.
A primeira visita do dia foi em Mira para
visitarmos o Museu do Território de Gândara.
Este Museu localizado numa antiga
escola primária, divide-se por duas áreas expositivas cujas temáticas são:
O Tempo e o Homem, a Terra e o Mar. Na
primeira, o visitante pode fazer uma viagem pela História da Terra e do Homem,
tendo como elementos principais o conglomerado de Mira, a evolução do
Território, bem como um conjunto de achados arqueológicos que demonstram a
importância destas terras. Na segunda zona expositiva podemos ver alguns dos
aspectos etnográficos culturais mais emblemáticos como as Artes da Pesca,
os Caretos da Lagoa, a Arquitectura e os materiais
tradicionais (Palheiros de Mira e Casa Gandaresa com o fabrico artesanal dos adobes) ou a enorme
biodiversidade deste território.
Depois desta visita fomos para
a Lagoa de Mira, estava um dia primaveril ótimo
para passear.
Conhecida também por Lagoa de
Baixo, esta lagoa apresenta uma forma alongada e comunica com a Lagoa da
Barrinha pela chamada Vala da Cana. Localiza-se numa zona arborizada com
pinhais, desde as dunas de Quiaios. Tem uma praia perto e uma mata com parque de
merendas.
De seguida fomos almoçar,
e muito bem, no Restaurante Milénio em Mira, restaurante
aconselhado pelo Sr. Jorge, o responsável do nosso alojamento e conhecedor da
região.
Da parte da tarde fomos até Febres visitar a Casa Museu Carlos Oliveira.
Carlos de Oliveira viveu no concelho de Cantanhede, inicialmente na Camarneira e depois em Febres, onde o seu
pai exerceu medicina durante muitos anos, precisamente na casa que é atualmente
um equipamento cultural dedicado à dinamização de atividades em torno da vida e
obra do escritor.
Este espaço museológico contempla um considerável espólio doado ao
Município de Cantanhede, constituído por mobiliário, uma significativa parte da
sua biblioteca pessoal, algumas manifestações artísticas no âmbito da pintura,
uma sala dedicada à multimédia, bem como um conjunto de painéis resultante do
programa Rota dos Escritores do século XX, cujo ponto de partida são textos de
Carlos de Oliveira, que se reportam a várias temáticas identitárias da região
da Gândara.
Autor marcante do neorrealismo português e um dos mais importantes nomes da
literatura portuguesa da segunda metade do século passado, Carlos de Oliveira
tem na Gândara o universo referencial da sua ficção e de parte substancial da
sua poesia. Segundo alguns especialistas, a região gandaresa surge na obra
ficcional e poética não apenas como simples contexto geográfico, mas como “a
raiz, o cerne e a substância do próprio discurso literário”.
Seguimos depois para Cantanhede onde tivemos a oportunidade de ver o Museu LOAD ZX Spectrum.
O MUSEU LOAD é dedicado ao ZX
Spectrum, que foi para muitos portugueses e estrangeiros (espanhóis, ingleses,
etc.) o sei primeiro computador pessoal. Mas o Museu inclui igualmente muitos
outros equipamentos relacionados com este tema, em estado funcional e
devidamente documentados, de modo a poderem ser desfrutados pelos visitantes.
Venha conhecer a história desta maravilha tecnológica que contribuiu de
forma decisiva para introduzir tanto de nós na tecnologia, e incentivar muitos
a prosseguir uma carreira profissional na área.
Compreenda o decisivo papel deste dispositivo e de tudo o que rodeia, na
revolução tecnológica que nos colocou os telemóveis no bolso. E descubra o
importante papel desempenhado por Portugal na fábrica da TIMEX, neste fenómeno
iniciado nos anos 80.
Venha homenagear os inventores, as pessoas que criaram estes dispositivos
mágico, os jogos que os tornaram famosos e concluir que, afinal, o ZX Spectrum
permanece mais vivo do que nunca, como novos jogos e computadores disponíveis
no mercado.
O Museu LOAD ZX Spectrum resulta de uma parceria entre o Município de
Cantanhede e a Associação Geração Spectrum que gere o espólio do cantanhedense
João Diogo Ramos, um dos grandes colecionadores internacionais nesta
área.
Espaço de referência identitária e lugar privilegiado de aprendizagem, o Museu da Pedra promove diversas atividades pedagógicas de carácter cultural e científico no âmbito da sua temática.
O museu abriu ao público no dia 20 de outubro de 2001, tendo sido,
nesse mesmo ano, galardoado pela Associação Portuguesa de Museologia com
a Menção Honrosa de Melhor Museu Português do Triénio 1999/2001. Mais
recentemente foi distinguido com o Prémio Nacional de Geoconservação
2006, atribuído pela ProGEO - Associação Europeia para a Preservação
do Património Geológico.
O Museu da Pedra integra, desde a sua fundação, a Rede Portuguesa de
Museus e pertence também à Associação de Museus e Centros de Ciência
de Portugal e à Associação Portuguesa de Museologia.
A extração de calcário das importantes jazidas que se estendem a Sul
do Concelho (Ançã, Portunhos, Outil e Vila Nova) e as atividades que sempre lhe
estiveram associadas têm produzido marcas de natureza antropológica, cultural e
artística cujo indiscutível valor patrimonial importa perpetuar.
Nesse sentido, o Museu da Pedra pretende, por um lado, constituir um acervo
representativo das obras de arte e dos trabalhos em cantaria que desde há
muitos séculos utilizam o famoso calcário da região, genericamente conhecido
por “pedra de Ançã”; por outro lado, manter vivos os mesteres artísticos e
ofícios tradicionais que estão na sua origem.
O corpo central do museu é dedicado às exposições. A permanente que
contempla, entre outros aspetos, a apresentação de estatuária antiga e outros
ornamentos em “pedra de Ançã”, as ferramentas utilizadas na sua elaboração, a
caracterização geológica do concelho, os métodos de extração da pedra,
artefactos arqueológicos e um importante conjunto de fósseis oriundos das
pedreiras locais. A galeria de temporárias que procurará proporcionar a
Cantanhede e aos seus, escultórica contemporânea e um conhecimento mais
aprofundado e atual dos múltiplos aspetos que o trabalho da pedra
envolve.
Paralelamente, o museu tem vindo a promover, em estreita colaboração
com as autoridades religiosas, um projeto de grande interesse patrimonial
e pedagógico que consiste em divulgar, através de exposições
temporárias, as imagens de arte sacra existentes nas várias igrejas e
capelas do concelho de Cantanhede.
Com este serviço nuclear articula-se o que podemos designar como
"museu vivo", área que dispõe de um auditório e de ateliês de artes
plásticas, nomeadamente de escultura, nos quais são regularmente desenvolvidas
atividades lúdico-pedagógicas dirigidas especialmente às escolas.
Acabámos
o dia com um excelente lanche na pastelaria de doçaria regional "A Flor de Cantanhede".
3º dia
Neste último dia, depois do pequeno almoço e de nos despedirmos do simpático Sr. Jorge, fomos até à Praia da Tocha para ver os tradicionais Palheiros desta pequena aldeia piscatória.
"Palheiros
da Tocha" eram, no início do século XIX, um mero conjunto de
"barracas" nas dunas de areia, localizadas em frente ao mar. Serviam
essencialmente de arrumo e de protecção aos ventos que vinham do lado do mar,
permitindo algum abrigo à noite, ou quando o mar se encontrava
"revolto".
Á procura de
novos sítios para a faina, chegavam pescadores de "poucas posses" a
esta região, provenientes na sua maioria do norte do país, que
foram construindo estes abrigos com recursos à madeira de pinho, cuja
espécie abundava nas matas próximas, dando origem aos "palheiros".
De construções
provisórias durante o tempo de pesca, aquelas que eram barracas no seu início,
transformaram-se ao longo dos tempos em verdadeiras moradias.
Na Tocha, como neste dia havia mercado, comprámos
alguns produtos regionais.
Regressámos novamente à Praia da
Tocha depois de perguntar no local onde se podia almoçar num bom restaurante,
indicaram-nos o Restaurante Panorama, onde se comeu muito bem,
segundo informação este restaurante tem a particularidade de ter a mesma ementa
à cerca de 30 anos, está sempre cheio, como era cedo tivemos sorte de conseguir
mesa.
Depois do almoço fomos visitar o Centro de Interpretação da Arte Xávega, tínhamos previamente marcado esta visita guiada.
O Centro de Interpretação de Arte-Xávega é um espaço de cariz cultural,
educativo e turístico que pretende fomentar a compreensão das dimensões
histórica, sociocultural e etnográfica de uma atividade piscatória tradicional
bem representativa da Praia da Tocha.
A Arte-Xávega representa uma manifestação de património cultural
imaterial praticada há largas dezenas de anos na Praia da Tocha,
reconhecidamente identitária do concelho de Cantanhede.
É para evidenciar essa dimensão que o Centro de Interpretação
apresenta vários textos, filmes, fotografias e espólio que documentam esta
atividade secular, onde se abordam aspetos diversos: o que é a Arte-Xávega, a
sua origem, descrição das embarcações e redes usadas na pesca, relato da faina
na Arte-Xávega, caracterização dos Palheiros (habitação ocasional ou temporária
dos pescadores que se dedicavam à arte-xávega), bem como aspetos ligados às
condicionantes e limitações com que se debate este tipo de pesca tradicional e
questões relacionadas com o seu futuro.
Finda esta última visita
regressámos a casa depois de uns dias muito bem passados, tivemos neste dias
bom tempo para esta altura do ano e o programa que escolhemos foi excelente.














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