Da programação de Visitas
Comentadas da Agenda Cultural de Lisboa fomos visitar o Museu do Aljube Resistência e Liberdade em Lisboa.
Museu do Aljube Resistência e Liberdade é
dedicado à história e à memória do combate à ditadura e ao reconhecimento da
resistência em prol da liberdade e da democracia. É um museu histórico
projetando a valorização da memória de luta contra a ditadura na construção de
uma cidadania esclarecida e responsável. Pretende valorizar as memórias comuns
de resistência e evidenciar os principais traços do regime ditatorial designado
por Estado Novo que submeteu o nosso país durante quase meio
século, entre 1926 e 1974.
Recorrer à força para calar opositores,
resistentes e conspiradores era prática comum na ditadura de Salazar. Para manter a ordem pública, a polícia perseguia,
prendia - muitas vezes sem julgamento, espancava e torturava. Nesta cadeia, um
dos cárceres exemplares do Estado Novo, milhares de homens experimentaram os
métodos sinistros da PVDE, mais tarde PIDE.
Uma história de repressão com 37 anos contada agora no edifício do Aljube,
Museu da Liberdade e da Resistência. Uma história que serve também para
esclarecer quem tem dúvidas sobre a natureza dos regimes fascistas,
totalitários e autoritários. E dos crimes terríveis que cometem para se
perpetuarem no poder. (fonte: RTP Ensina)
O museu situa-se na antiga prisão do Aljube,
que funcionou como cárcere político do Estado Novo entre 1928 e 1965.
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| Lisboa - Museu do Aljube |
O edifício atual, onde esteve instalada a
cadeia do Aljube, data do séc. XVIII. Após o terramoto de 1755, o plano
pombalino de reconstrução da cidade implicou o alargamento para norte da antiga
Rua Direita da Porta Travessa da Sé, obrigando à reedificação da Cadeia do
Aljube, a qual exibe um escudo, ou seja, o brasão dos Castros, que sobrepuja a
porta principal.
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Segundo o investigador da História de Lisboa,
Gomes de Brito, este brasão marca a reconstrução do edifício, no todo ou em
parte, por iniciativa do Bispo do Porto, D. José de Castro, que o mandou ali
colocar, à data do plano da nova cidade de Pombal. No entanto, Luis Pastor de Macedo, no seu livro
Lisboa de Lés a Lés, avança a possibilidade de que, durante o domínio árabe,
teria existido uma cadeia em Lisboa, denominada "Aljobbe" ou
"Alchub", instalada no edifício do Aljube ou em qualquer outro que
antes deste tivesse sido edificado naquele local. Para este autor, e com base
na investigação do já mencionado Gomes de Brito, parece credível aceitar-se a
hipótese de que este cárcere do Aljube possa remontar aos primeiros tempos da
Lisboa cristã, como local de punição para crimes do foro eclesiástico. Por sua vez, em 1526, as Constituições do Arcebispado
de Lisboa, publicadas em 1588, permitem verificar a existência do Aljube como
tal, ao estabelecerem que as penas de prisão em matéria eclesiástica fossem
cumpridas na referida cadeia. Em 1845, o Aljube foi destinado a prisão de
mulheres, até à sua transferência para o Convento das Mónicas, tendo funcionado
como cárcere de presos políticos, durante grande parte do período do Estado
Novo. Em 1930, procurando modificar o aspeto das prisões, foram executadas
obras de beneficiação no Aljube. Por fim, na década de 80, o Aljube foi
reconvertido para a instalação do Instituto de Reinserção Social (fonte: Câmara Municipal de Lisboa) |


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