Sinfonia "Do Novo Mundo" de Dvorák

Assistimos no Centro Cultural Olga Cadaval à Sinfonia "do Novo Mundo" de Dvorák pela Orquestra Municipal de Sintra D. Fernando II.

A Orquestra Municipal de Sintra D. Fernando II apresentou-se, neste concerto, para interpretar aquela que é uma das mais emblemáticas obras do repertório sinfónico, a Sinfonia n.º 9 de Antonín Dvorák, designada "Do Novo Mundo", escrita em 1892 durante a permanência do compositor nos Estados Unidos da América.

Tendo ainda em atenção a proximidade do dia de São Valentim e em evocação de uma das mais emblemáticas histórias de amor portuguesas, a OMS apresentou também a abertura "D. Inês de Castro" de Vianna da Motta, compositor com fortes ligações a Sintra.

Sintra - Centro Cultural Olga Cadaval

Antonín Dvorák é um dos mais proeminentes compositores do romantismo afirmando-se quer pela sua obra sinfónica quer pela música de câmara. Dvorák nasceu na Boémia, hoje República Checa e à época parte do Império Austro-Húngaro. As raízes boémias acompanharam-no em toda a sua vida e obra sendo frequentes as citações musicais a temas tradicionais da sua terra natal.

A Sinfonia n.º 9 "do Novo Mundo", estreou-se em 1893 no Carnegie Hall, sendo um imediato sucesso. Nesta obra, apesar da linguagem intrinsecamente europeia, Dvorák, ao longo dos quatro andamentos que constituem a sinfonia, recorre a vários temas americanos, incluindo citações de espirituais negros. A propósito destes temas, o próprio compositor refere o seguinte: "Nas melodias dos espirituais negros, descubro tudo o que é necessário para uma grande e nobre escola musical", conforme citado pelo jornal New York Herald da época.

Em alusão à proximidade do dia de São Valentim, tradicionalmente conhecido como "Dia dos Namorados", o concerto principia com a abertura sinfónica D. Inês de Castro, de José Vianna da Motta, uma das mais emblemáticas histórias de amor portuguesas, fonte de inspiração artística em todos os domínios das artes.

Vianna da Motta, seguramente o mais representativo compositor do romantismo tardio português, nasceu em São Tomé em 1868 tendo viajado para Portugal juntamente com a sua família, com apenas um ano de idade, fixando-se em Colares, Sintra. Desde muito cedo evidenciou o seu talento musical facto que levou D. Fernando II a patrocinar os seus estudos.

A abertura D. Inês de Castro, escrita em 1886, apesar de ser uma obra de juventude, revela a grande maturidade estilística de Vianna da Motta, numa linha de escrita próxima de Liszt, apresentado aqui uma peça intensa e plena de contrastes e, ao mesmo tempo, profundamente dramática. (fonte: CCOC)

Programa:

JOSÉ VIANNA DA MOTTA (1868-1948)

Inês de Castro, abertura

ANTONÍN DVORÁK (1841-1904)

Sinfonia n.º 9 em mi menor, Op. 95 "do Novo Mundo"

I. Adagio-Allegro molto

II. Largo

III. Molto vivace

IV. Allegro com fuoco

ORQUESTRA MUNICIPAL DE SINTRA D. FERNANDO II

Direção musical: Cesário Costa

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