No Dia Internacional da Mulher fizemos uma visita ao Museu Nacional de Arqueologia dedicada ao tema "O Museu aos Olhos das Mulheres".
A visita temática teve como principal incidência as exposições "Religiões da Lusitânia" e a Sala
dos "Tesouros da Arqueologia Portuguesa"
também incluiu uma visita ao Laboratório de Conservação e Restauro.
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| Lisboa - Museu Nacional de Arqueologia |
Religiões da Lusitânia
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O fenómeno
religioso, na sua historicidade, tem sido alvo de múltiplas abordagens
interpretativas. Recorde-se Frazer e a abrangência comparativista; Lévi-Strauss
e os arquétipos estruturalistas; Dumézil e os esquemas funcionalistas; Eliade e
a universalidade do simbólico. Porém, nada mais genial do que a breve metáfora
engendrada pelo inglês Murray, desde logo adotada e desenvolvida por Dodds no
seu irreverente estudo sobre a cultura grega e o irracional: o fenómeno
religioso revela-se, em todas as épocas e regiões, como um “conglomerado
herdado”. E comenta Dodds: “A metáfora geológica é feliz porque o crescimento
religioso é (...) a aglomeração mais do que a substituição”. Por isso, quando
hoje estudamos as religiões do passado, não procuramos apenas conhecer melhor
as nossas longínquas raízes culturais, antes lidamos com qualquer coisa ainda
presente – embora de forma parcelar e, por vezes, subjetiva – na nossa atual
vivência como Homo religiosus que
(queiramos ou não...) todos somos. Daí, o
inusitado e sempre crescente interesse que desperta, no grande público, a
abordagem destes temas. Daí, o esperado êxito da [...] exposição promovida
pelo Museu Nacional de Arqueologia, no virar dos milénios, sobre as Religiões
da Lusitânia. Hispania Aeterna e
Roma Aeterna. Duas tradições que convergem e se sincretizam por
força da Pax Romana. Mas que o Oriente, donde sempre vem a Luz, acaba por
“converter” ... E o “aglomerado” vai-se avolumando, encobrindo ou evidenciando
aqui e além alguns dos seus componentes, mas nada perdendo, tudo armazenando.
São forças secretas da Natureza, numina tutelares, divindades várias, heróis
deificados, práticas rituais e mágicas, a Vida e a Morte. São textos obscuros,
que é preciso decifrar para ler, são objetos e imagens de um passado duas vezes
milenar que, após descodificados, se vêm a revelar bem mais presentes do que
suporíamos. Será o Tempo uma quimera? Um nome,
por detrás de tudo isto: Leite de Vasconcellos, o grande investigador que, há
cem anos, pela primeira vez estudou exaustiva e metodicamente as Religiões da
Lusitânia. Uma homenagem? Sem dúvida! Mas, certamente, muito mais do que isso...
(fonte: Museu de Arqueologia - José Cardim
Ribeiro) Lisboa - Museu Nacional de Arqueologia Tesouros da Arqueologia O Museu
Nacional de Arqueologia possui nas suas colecções um número notável de objetos
de joalharia antiga, provenientes de escavações ou, mais frequentemente
comprados a ourives ou aos próprios achadores, que pela sua representatividade,
permite uma visão de conjunto sobre a evolução desta arte no atual território
português, desde os primórdios da metalurgia até à Alta Idade Média. Esses
objetos foram reunidos ao longo de várias décadas e as circunstâncias
particulares da sua aquisição explicam a frequente ausência de informação sobre
as condições de achado e contextos arqueológicos que permita, quer determinar a
posição cronológica ou a localização geográfica dos achados, quer extrair
conclusões que vão para além da simples análise material dos objetos, limitada
a aspetos formais, estilísticos ou técnicos. De facto, os materiais
arqueológicos não são em si mesmos documentos acabados e para que possam ser
historicamente valorizados é necessário conhecer-se o contexto exato em que
foram encontrados, em que possuíam uma função. Desde a
remota antiguidade a Península Ibérica foi conhecida pela riqueza das suas
jazidas metalíferas, onde abundavam o cobre, o estanho, o ouro e a prata.
Compreende-se, com efeito, com base nos atuais conhecimentos decorrentes da
investigação arqueológica, que à pobreza relativa das comunidades de pastores e
agricultores do Neolítico peninsular suceda, com a adoção da metalurgia, um
notável desenvolvimento económico e cultural. O primitivo comércio marítimo do
Mediterrâneo e do Atlântico contribuiu para que, desde cedo, se cruzassem na
Península influências de origem distinta que iriam moldar o carácter da
produção artística, em particular das obras de joalharia. (fonte: Museu
Nacional de Arqueologia) Lisboa - Museu Nacional de Arqueologia Laboratório de Conservação e Restauro O laboratório tem como principal área de
atuação a conservação e restauro de objetos metálicos, cerâmicos, pétreos e
orgânicos provenientes de contextos arqueológicos, das coleções do museu e,
pontualmente, objetos pertencentes a outros Museus e instituições. Um outro
campo de ação e indissociável de todas as outras áreas é a conservação
preventiva, essencial para garantir a preservação do espólio. |




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