Continuando com os nossos programas culturais no primeiro mês do ano, fizemos uma visita comentada ao edifício do extinto Convento das Trinas do Mocambo, programa de Lisboa Cultural da Câmara Municipal de Lisboa.
O antigo Convento das Trinas do Mocambo é um edifício de elevado valor
histórico e patrimonial. O Instituto Hidrográfico,
órgão da Marinha Portuguesa está
desde 1969 instalado neste edifício.
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Lisboa - Convento das Trinas do MocamboO Convento das Trinas do Mocambo teve origem num aglomerado de casas, em
1657, o casal flamengo Cornélio Wandali e Martha de Bóz fez legado por
testamento à Ordem Hospitalar da SantíssimaTrindade do Resgate dos Cativos.
O termo Mocambo leva-nos para a época em que, no local, existiam uns
casebres habitados por população de origem africana, que viria no século XIX a
dar origem ao bairro da Madragoa.
A Ordem Hospitalar da Santíssima Trindade do Resgate dos Cativos foi criada
em 1198, por S. João da Mata e S. Félix de Valois. Esta congregação, tinha o
propósito de angariar dinheiro para o resgate dos fiéis cristãos que, uma vez
capturados, entravam nas redes árabes do tráfico de escravos, estabelece-se em
Portugal no início do século XIII, mas também em 1219 já existia um convento
trinitário em Santarém.
Ao Convento das Trinas do Mocambo também pertenceram os casais da Boavista
e de Buenos Ayres, depois do terramoto de 1755, deram origem ao atual bairro da Lapa.
A partir de 1878 habitaram o edifício as religiosas da Ordem das
Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que aqui permaneceram até à
implantação da República, nesta altura a congregação foi extinta e muitas
religiosas tiveram que abandonar o país.
Desde 1910, o antigo Convento das Trinas teve várias utilizações, tendo
sido sujeito a muitas alterações e esteve em risco de ruína. Em 1969, por
motivo de um incêndio que ocorreu nas instalações do Ministério da Marinha, na
altura situadas na rua do Arsenal e Largo do Corpo Santo, dali foi desalojado o
Instituto Hidrográfico, a partir daí este Instituto foi instalado no edifício
do antigo Convento, contribuindo para a preservação do seu património histórico
e artístico.
Tendo sido classificado desde 1943 como Imóvel de Interesse Público, o
antigo Convento reúne um valioso espólio artístico, nomeadamente painéis de
azulejos dos séculos XVIII e XIX, conservando ainda magníficos espaços
conventuais.
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