Saímos da Parede pelas 9h:30, o Carlos, Albertina e o Luís,
em direcção a Lisboa, fomos ter com o Fernando Quinas a Alvalade.
A primeira paragem foi em Salvaterra de Magos, tínhamos intenção de ir ver a Falcoaria Real, mas como fecha à 2ª. feira ficou para outra
ocasião. Fomos então ao café "A Cabana dos Parodiantes", o Fernando Quinas tendo
sido um dos "Parodiantes de Lisboa" tencionava encontrar-se com o amigo de
longa data, mas não estava. Depois de estarmos um pouco à conversa na esplanada
seguimos o nosso caminho em direcção a Escaroupim.
Chegámos a Escaroupim pelas 12h:15, passeámos um pouco
em redor das bonitas e coloridas Casas dos Avieiros.
A casa dos Avieiros
A partir da segunda metade do Séc. XIX inúmeras famílias oriundas de Vieira de Leiria viram-se obrigadas a deslocarem-se para as margens do Rio Tejo em busca de um sustento à Borda d´água. Este movimento sendo ao início
apenas sazonal levou gradualmente pelo Séc. XX adentro à fixação de famílias ao
longo das margens do Tejo.
Vivendo entre
o barco e a barraca de caniços erguida nas margens, estas populações foram
estabelecendo gradativamente aglomerados, surgindo assim as aldeias Avieiras do
Tejo. Pescadores, lenhadores e agricultores, os Avieiros trouxeram consigo as
técnicas para a sua adaptação ao meio ambiente em causa.
Adaptaram o
barco do mar para o barco do rio e construíram casas palafíticas do mesmo modo
que o tinham feito na praia de Vieira de Leiria. Mas enquanto na praia a casa
sobre esteios ou prumos permitia o avanço da duna com os ventos, na lezíria do
Tejo a palafita construída em madeira e assente em troncos de árvores era a
defesa perante as constantes cheias. As casas sobre palafitas ainda hoje
visíveis qualificam uma forte imagem de identidade arquitectónica à Cultura
Avieira sendo o testemunho de um modo de vida que está em vias de extinção.
O
entendimento da habitação e suas tipologias variadas revelam igualmente uma
evolução dos sistemas construtivos únicos no país. O abandono e a degradação
das construções tornam urgentes a elaboração de medidas que visem a
preservação, manutenção e reabilitação deste património arquitectónico que é
parte integrante da Cultura Avieira. A Casa tal como o barco são as expressões
materiais por excelência da Cultura Avieira.

Escaroupim - Casa dos Avieiros

Escaroupim terra
que foi divulgada em 1942 através do extraordinário romance de AlvesRedol "Avieiros".
Sinopse:
Avieiros é
um romance lírico, de um lirismo doloroso e concreto. Documento e sonho vazados
na matriz irregular de uma consciência, há nele um gosto fundo, autêntico e
viril, de semear na companhia do povo um país para homens livres. Mas um
lirismo rigoroso, digamos, sem romantismos fáceis, um pouco como os versos
líricos que também moram nas tábuas de logaritmos ou nos foguetões
interplanetários.
Se confessar que este romance me aterrorizou, depois de me deslumbrar, digo
a verdade inteira. (Editorial Caminho)
Fomos então
almoçar no Restaurante Escaroupim que fica no cais. Um restaurante muito agradável,
tendo na ementa produtos da região, além de outros pratos de a cozinha
tradicional.

Restaurante Escaroupim

Depois de um bom
almoço, fomos então fazer o passeio de barco no Rio Tejo. Tínhamos marcado o
passeio há alguns dias, fomos na empresa "Rio-a-Dentro", aconselhamos esta empresa, os barcos são
pequenos, mas com algum conforto têm cobertura para o sol e lotação para 14
pessoas, são eléctricos, não poluem o Rio, muito simpático o Sr. Rui que
nos conduziu, fez uma explicação com pormenor sobre a zona.

Escaroupim - Rio Tejo

O passeio durou
cerca de 2h:30. Avistámos alguma ilhas no meio do rio com fauna e flora locais,
uma beleza de paisagem. O dia estava um pouco ventoso, mas com muito sol, foi
um passeio muito agradável.

Passeio de barco no Rio Tejo

Findo o passeio fomos novamente por Salvaterra de
Magos para lanchar na "Cabana dos Parodiantes". O Fernando esteve
então a recordar os tempos em que foi locutor nos "Parodiantes de
Lisboa", com o dono do café, amigos de longa data. Uns bolinhos regionais
muito bons "Os Barretes" são tradicionais neste café, confirmamos que
não é barrete, são mesmo muito bons.
Regressámos a Lisboa depois deste dia muito bem
passado.

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