Assistimos no Teatro Camões, Parque das Nações em Lisboa, à versão integral do bailado La Bayadère de Sergei Khudekov, pela Companhia Nacional de Bailado em estreia absoluta.
Bailado clássico de grande qualidade cuja história se baseia:
A história, com quase 140 anos e com
libreto de Sergei Khudekov, relata os amores, desencontros, traição e ciúmes de
um rajá, um guerreiro, uma princesa, um faquir, um alto sacerdote hindu e uma
bailadeira do templo (Bayadére).
A Índia e as montanhas dos Himalaias são o cenário onde se desenrola a
acção. Estreado em S. Petersburgo no final do século dezanove,
pela mão de Marius Petipa, o bailado evoca uma Índia onde
cabem véus de odaliscas, tutus clássicos, faquires, bugigangas, valsas
europeias e todos os ingredientes que o esplendor da Rússia
Imperial e o gosto pelo exótico da altura podiam imaginar à distância.
Os relatos de viagem pela Rota da
Seda de Marco
Polo que, por essa altura, tinham passado de histórias
fantásticas a quase confirmações científicas, inflamavam ainda mais a
imaginação e reproduziam em casa e com o que havia à mão as culturas para
"Além da Taprobana". Um dos actos, o das Sombras,
porventura o grande exemplo do classicismo académico da dança, é, apesar da sua
simplicidade estrutural, de uma enorme dificuldade técnica para o corpo baile
feminino. Todo ele é deslizante, hipnótico, de beleza celestial, talvez não
tenha sido por acaso que é precisamente com ele, que no guião, se atinge o
Nirvana. É na consciência desta maravilhosa ambiguidade, que os criadores desta
nova versão se propõem recriar La Bayadére - num tempo em que parece
sabermos quase tudo, mas onde as narrativas sobre o "outro" continuam tão imaginadas, fascinantes e enigmáticas como talvez o tenham sido
então.
Com a direcção de Pedro Carneiro a Orquestra de Câmara Portuguesa,
Fernando Duarte na coreografia segundo Marius
Petipa Ludwig, Minkus na música,
de Sergei Khudekov o libreto, de José Capela na cenografia,
José António Tenente nos figurinos, Paulo Graça no desenho
de luz, de Bárbara Falcão Fernandes como assistente
de cenografia, de António MV na edição de imagem,
de Madalena Salgueiro e Maria José Correia execução de adereços de
cabeça e maquilhagem especial - Alunos
da Escola Secundária Artística António Arroio, execução de
adereços de cabeça.
Interpretação: Artistas da Companhia Nacional de Bailado
Figurinos executados no atelier da CNB sob orientação da
Mestra Paula Marinho
A versão integral de La Bayadère era o
clássico que faltava no repertório da CNB.
Este bailado teve estreia mundial em 1887
pelo Imperial Ballet no Teatro Imperial Maryinski, em S. Petersburgo, com coreografia de Marius
Petipa.


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